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Ministros cubanos afastados admitem falhas

Acusados por Fidel Castro de terem sido indignos, Carlos Lage e Felipe Pérez Roque, demitidos nesta semana, reconhecem ;erros; e abrem mão de todos os cargos no governo e no Partido Comunista

postado em 06/03/2009 07:40
Depois de serem ;liberados; pelo presidente cubano, Raúl Castro, dos cargos de vice-presidente da República e de ministro das Relações Exteriores na segunda-feira, Carlos Lage e Felipe Pérez Roque assinaram duas cartas reconhecendo seus ;erros; e ;responsabilidades; e abriram mão de todos os cargos públicos que acumulavam no governo e no Partido Comunista de Cuba. ;Fique certo de que meu novo posto de trabalho será uma oportunidade para continuar servindo à Revolução e sempre, como até hoje, serei fiel ao Partido, a Fidel e a você;, jurou Lage ao final do texto endereçado a Raúl. ;Continuarei defendendo a Revolução com cujos princípios e ideais estou e estarei sempre plenamente comprometido;, disse Pérez Roque. As cartas foram publicadas nos jornais oficiais Granma e Juventud Rebelde. Os dois eram considerados braço direito do ex-presidente Fidel Castro e tidos como insubstituíveis. Mas Fidel os julgou ;indignos; depois que o ;mel do poder; despertou ;ambições; nos funcionários, segundo artigo que o ex-líder publicou na terça-feira. Pérez Roque, 44 anos, foi substituído pelo vice-chanceler Bruno Rodríguez. José Amado Ricardo Guerra ocupou o lugar de Lage, de 57 anos. Norberto Rivero, chefe de redação do jornal El Habanero, da capital, explicou ao Correio que deve levar alguns dias para que sejam divulgados os novos cargos de Lage e Roque. Rivero acredita que os postos não serão tão altos como os anteriores, mas que Lage, por ser médico, poderia receber a oferta de direção de um hospital. ;Sempre fazem propostas, que são tentadoras de acordo com o conhecimento de cada um;, resumiu. Leia: a íntegra das cartas de Lage e Pérez Roque Ex-líder é fotografado O governo cubano divulgou mais uma foto do ex-presidente Fidel Castro. Ele aparece ao lado de Leonel Fernández, chefe de Estado da República Dominicana. Com a tradicional roupa esportiva, Fidel aparenta estar mais pesado. Em 2006, ele foi submetido a cirurgias do intestino e passou o poder para o irmão Raúl Castro. O principal tema do encontro bilateral, ocorrido na segunda-feira, foi a crise financeira. Ontem, Fidel publicou um artigo no qual diz concordar que o ;capitalismo é um sistema que expele toxinas venenosas por todos os seus poros;. Na seção de Reflexões, Fidel contou que Fernández queria uma foto para comprovar o encontro de ambos e que ;não queria que o desmentissem;. ;Eu respondi de brincadeira que ninguém correria esse risco, porque sabiam que eu poderia subir num avião e aterrissar em um país vizinho;, assegurou Fidel. O ex-líder se encontrou ontem com o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, em Havana. Zelaya participou do 11º Encontro Internacional de Economistas sobre Globalização e Problemas de Desenvolvimento. ;Castro tem uma lucidez cada vez mais extraordinária;, afirmou o hondurenho.

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