postado em 10/03/2009 11:05
CAIRO - As diferentes organizações palestinas, entre elas o Fatah de Mahmud Abbas e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, se reuniram nesta terça-feira (10/03), no Cairo, para dar início a uma rodada de negociações que tem por objetivo formar até o final do mês um governo de unidade nacional.
"Chamo os grupos palestinos a assumir plenamente suas responsabilidades para pôr fim às divisões internas e fazer prevalecer o interesse nacional", afirmou o chefe dos serviços secretos egípcios, Omar Suleiman, no início do encontro.
As reuniões, organizadas pelo Egito, tem por objetivo obter a criação de um governo de unidade nacional, a reconciliação, a refundação dos serviços de segurança, a reorganização da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e a preparação de eleições presidenciais.
Uma dúzia de facções adversárias chegaram a um acordo em 26 de fevereiro para pôr fim a 18 meses de divisões e violências.
No sábado, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, anunciou que apresentou a demissão de seu governo ao presidente Mahmud Abbas para permitir a constituição de um executivo de consenso nacional como parte da reconciliação com o Hamas.
Fayyad foi nomeado em junho de 2007 depois do cessar do governo formado pelo Hamas por causa da violenta tomada de poder do partido radical na Faixa de Gaza.
Depois de divulgada a demissão, Abbas informou que havia pedido a Fayyad "que continue com seu trabalho até que vejamos os resultados do diálogo interpalestino".
Por seu lado, o Hamas disse "não lamentar a demissão de Fayyad e de seu governo", através do porta-voz da organização na Faixa de Gaza, Fawzi Barhum.
"É o fim que esperávamos porque é um governo ilegítimo e armado com políticas equivocadas vinculadas à política americana", acrescentou.
O Hamas, que venceu as eleições legislativas de 2006, sempre classificou de ilegítimo o governo de Fayyad, considerando que o único executivo legal era o de Ismail Haniyeh, em Gaza.
O governo palestinos de unidade nacional anterior foi formado em março de 2007, durou apenas três meses e foi boicotado pela comunidade internacional porque incluia ministros do Hamas.