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EUA propõem à Otan que se consiga uma estratégia comum para o Afeganistão

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postado em 10/03/2009 11:24
BRUXELAS - O vice-presidente americano, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira (10/03), em Bruxelas, a seus sócios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que os Estados Unidos querem ouvir a opinião dos aliados sobre a situação no Afeganistão e Paquistão para desenhar uma estratégia comum frente aos talibãs. "Estou aqui para consultar e ouvir, com o objetivo de conseguir uma estratégia comum no Afeganistão", declarou Biden na abertura de seu primeiro encontro com o Conselho do Atlântico Norte, que reúne os representantes em Bruxelas dos 26 países aliados. "É tão simples e direto assim. Quando construímos juntos uma estratégia, funciona", acrescentou. "Assim que conseguirmos, os Estados Unidos esperam que cada um cumpra com seus compromissos", continuou Biden, em Bruxelas. Joe Biden afirmou ainda que os Estados Unidos não estão vencendo no Afeganistão, mas que "a guerra está longe de estar perdida". "Agora não estamos ganhando a guerra, mas a guerra está longe de estar perdida", disse Biden em uma entrevista coletiva após a reunião com os representantes dos países aliados. Biden afirmou ainda que é preciso negociar com os talibãs moderados para solucionar o conflito no Afeganistão. "Acho que vale a pena entrar em contato (com os talibãs moderados) e determinar se há entre eles quem queira participar num Estado afegão estável e seguro", afirmou. O presidente Barack Obama sugeriu no domingo em entrevista ao New York Times a possibilidade de falar com os talibãs menos extremistas, uma iniciativa que foi conduzida com sucesso no Iraque para isolar os opositores sunitas mais radicais. Desde à chegada ao poder do presidente Barack Obama em 20 de janeiro passado, a nova administração americana adotou uma atividade de abertura diplomática, em particular com os aliados europeus, com muitas mudanças após oito anos de diálogo difícil entre a Europa e a equipe de George W. Bush. Em seu discurso na sede da Otan, Biden lembrou que a administração Obama está fazendo uma revisão da política americana no Afeganistão e Paquistão, e que viajou a Bruxelas para consultar por este motivo os 25 aliados dos Estados Unidos na Aliança Atlântica. "O que queremos saber é o que seus países pensam sobre o que funciona e o que não funciona, como podemos fazer um trabalho melhor impedindo o Afeganistão e o Paquistão de serem santuários para os terroristas", declarou. Nesse sentido, o vice-presidente americano destacou que os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e os cometidos no ano seguinte em Londres e Madri foram praticados por extremistas com base nessa região do mundo, Ásia Central. Biden pediu aos aliados europeus de Washington que sejam coesos e entendam que os EUA não adotam uma atitude "egocêntrica" diante da ameaça terrorista que na verdade paira sobre todos. "Sem coesão será absolutamente difícil enfrentar as ameaças contra os ocidentais", afirmou. Mês passado, Biden já havia pedido aos europeus um maior esforço no Afeganistão, que em agosto próximo realiza uma eleição crucial para presidente para a ação internacional de apoio ao governo de Cabul frente os talibãs. Pouco depois, o secretário americano da Defesa, Robert Gates, convidou seus colegas da Otan a aumentarem suas contribuições civis para a reconstrução do Afeganistão, como contrapartida aos 17.000 soldados que Washington prometeu enviar como reforço. No entanto, nesta terça-feira, o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia, Javier Solana, reiterou que a UE não quer aumentar seus efetivos militares no Afeganistão, embora esteja disposta a contribuir e reconstruir o país no âmbito civil.

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