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Estudo revela que poluição por ozônio mata e pede normas mais rígidas

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A exposição crônica à poluição por ozônio aumenta consideravelmente o risco de doenças pulmonares, segundo uma pesquisa que pode determinar o endurecimento das normas sobre a qualidade do ar nos Estados Unidos. A poluição por ozônio nas camadas baixas da atmosfera resulta da ação do sol sobre a fumaça dos automóveis e indústrias, aumentando conforme a intensidade do sol. A falta de vento também colabora para o aumento da intensidade. A relação entre níveis elevados de ozônio e as crises cardíacas ou de asma severas, além do risco da exposição a longo prazo de coração e pulmões às pequenas partículas de fuligem ou poeira já havia sido comprovada. No entanto, o estudo publicado nesta quarta-feira pelo New England Journal of Medicine é o primeiro a observar o impacto a longo prazo do ozônio na saúde, e não apenas suas consequências imediatas. Os pesquisadores analisaram os dados de um estudo, realizado entre 1982 e 2000 pela American Cancer Center Society com 450.000 pessoas, e os compararam aos dados sobre o nível de ozônio registrados em 96 cidades americanas entre 1977 e 2000. "O que este estudo mostra é que não devemos nos contentar em reduzir os picos de poluição para proteger a saúde pública; devemos reduzir também a exposição cumulativa a longo prazo", destaca George Thurston, da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, co-autor do trabalho. A Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) deve revisar este ano suas normas de tolerância à quantidade de ozônio no ar - que, atualmente, é de 0,075 ppm (partes por milhão) em um período de oito horas consecutivas, e não levam em consideração a exposição a longo prazo.