postado em 15/03/2009 20:43
A recessão nos Estados Unidos terminará em 2009 e a recuperação começará no início do próximo ano, afirmou neste domingo o presidente do Federal Reserve, o Banco Central americano, Ben Bernanke.
"Vamos ver o fim da recessão, provavelmente, ainda este ano e teremos uma recuperação no início do próximo ano. E ela vai se acelerar com o tempo", disse em entrevista à rede de televisão CBS.
Bernanke admitiu que a situação ainda é grave, que o emprego continua caindo e que a taxa de desocupação pode superar os 8,1% registrados em fevereiro, mas garantiu que tempos melhores estão chegando: "Penso que se estabilizarmos o sistema financeiro, teremos um declínio menor, antes que isto sirva de base para a retomada" do emprego.
O presidente do Fed disse que sua instituição está agindo para apurar exatamente o tamanho do rombo nos bancos e para encontrar uma solução durável à questão financeira.
Bernanke garantiu que não haverá mais quebradeira de grandes bancos no país, mas destacou que estas instituições precisam separar seus ativos podres e obter reforço de capital.
"Não vão quebrar, o que pode acontecer, se for necessário, é haver uma liquidação de maneira segura", disse, acrescentando que o governo vai fazer o que for preciso para aumentar o capital dos bancos e ajudá-los a se livrar dos créditos podres.
O presidente do Fed defendeu uma reforma regulatória mais severa para enfrentar os riscos gerados por instituições que se tornam tão grandes que não podem fechar, e citou o caso da seguradora AIG (American International Group), socorrida pelo Estado a altíssimo custo.
Ben Bernanke destacou ainda que a recuperação econômica dos Estados Unidos depende, fundamentalmente, da vontade política, em uma clara mensagem aos críticos do programa de reativação do presidente Barack Obama.
"O maior risco é não termos vontade política. Não termos o compromisso para resolver este problema, deixarmos isto prosseguir. Neste caso, não poderemos esperar uma recuperação".
Bernanke revelou que os Estados Unidos evitaram uma "grande depressão", mas que o mundo esteve "muito próximo" da derrocada financeira em setembro passado, antes da intervenção dos governos.
"Acredito que já ultrapassamos isto e que o problema agora é fazer a máquina funcionar corretamente".