postado em 16/03/2009 07:45
;Sean quer ficar;, ;Deixem Sean em paz; e ;Sean é brasileiro;. As frases estampavam os cartazes ostentados por parte dos 300 amigos e parentes do advogado João Paulo Lins e Silva que saÃram em caminhada pela Avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, à s 11h. Vestidos de branco, os manifestantes pediam que Sean Goldman, de 8 anos, continue sob os cuidados do padrasto brasileiro, com quem vive na capital fluminense. O protesto coincide com a estada de David Goldman no Brasil ; o pai biológico luta nos tribunais pela guarda do filho. De acordo com a educadora Sofia Pimenta, organizadora da passeata, um dos objetivos era chamar a atenção de David. Tanto que o ato começou com uma concentração diante do Hotel Marriott. Ao saber da mobilização, o norte-americano trocou de hotel na tarde de sábado.
Amiga das famÃlias de João Paulo Lins e Silva e de Bruna Bianchi ; a mãe de Sean morreu no ano passado ;, Sofia defendeu a permanência do garoto no Brasil. ;O Sean escolheu o João Paulo para ser o pai dele. Ele foi conquistado pelo João Paulo há quatro anos. Aquela pessoa que acorda à noite para estar com o Sean é o João Paulo;, destacou a educadora. ;O que pretendÃamos era mostrar que o Sean está bem aqui no paÃs. A Bruna tinha a guarda do Sean e, quando ela faleceu, o João Paulo ficou com ele, legalmente;, acrescentou. Segundo ela, a famÃlia Lins e Silva jamais proibiu David de visitar o filho. ;No quarto do Sean, tinha uma foto dele com o David e a Bruna. Com o divórcio dos dois, pai e filho perderam contato, por opção de David.;
Do outro lado da polêmica, a americana Rachel Glickhouse, organizadora da campanha de apoio a David no Brasil, considerou ;sem classe; o protesto a favor do padrasto de Sean. Rachel criticou a Justiça brasileira por não cumprir a Convenção de Haia. ;Segundo este documento, Sean teria que voltar para os EUA num prazo de até 60 dias depois de ter sido sequestrado;, comentou. Ela admitiu ter medo dos Lins e Silva e classificou o poder do clã de ;espantoso e feudal;. ;O problema é que no Brasil não existe o mesmo respeito para com a lei como nos EUA.;
O caso Sean foi discutido a portas fechadas pelos presidentes Barack Obama e Luiz Inácio Lula da Silva, anteontem, na Casa Branca. No final do encontro, Lula disse que a disputa judicial pela guarda do menino será decidida pelos tribunais brasileiros. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que a postura do governo e da mÃdia dos Estados Unidos em relação à polêmica desrespeita a soberania do Brasil.
Entrevista com Sofia Pimenta, organizadora de protesto pela permanência do menino Sean Goldman no Brasil