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Museu do Homem de Paris despede-se do público no final de semana para entrar em obras

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postado em 18/03/2009 14:02
PARIS - Ela completou 25 mil anos, não chega a 15 cm de altura e, no entanto, mantém uma surpreendente modernidade: a Vênus de Lespugue abandonará, junto com outros 530 mil objetos, o Museu do Homem de Paris, que ficará fechado durante quatro anos para obras. A estatueta, em marfim de mamute, encontrada em 1922, no departamento do Alto Garonne, permanece numa caixa forte e é considerada "a mais bela peça" do museu, segundo Philippe Mennecier, encarregado da conservação das coleções de antropologia. O Museu do Trocadero de Paris poderá ser visitado gratuitamente no próximo final de semana, antes da reabertura só em 2012. As coleções de etnologia (350 mil objetos) vão para o museu de Quai Branly. A Vênus de Lespugue repousa junto a fósseis originais como o crânio do Cromagnon ("um ancião" de 28 mil anos), descoberto em Dordogne em 1868. Cromagnon, o primeiro Homo Sapiens - queixo saliente, crânio redondo - apareceu na França e pertence à mesma linhagem dos ancestrais africanos Omo 1 e Omo 2, de mais de 200 mil anos. Há ainda dois crânios e um pé do homem de Neardental (entre 250 mil e 28 mil anos), espécie desaparecida que foi, em algum momento, contemporânea do Cromagnon. Segue-se, entre outros 18 mil crânios, o menor esqueleto (89 cm) pertencente a Nicolas Ferry, bufão de Stanislas, duque de Lorena no século XVIII, que o chamava de 'Bebê. Estende-se, depois a coleção de "frenologia" de Franz Josef Gall e Pierre Marie Dumoutier, relativa à teoria que estuda o caráter e as funções intelectuais humanas, baseando-se na conformação do crânio. Em outro andar fica o departamento de Pré-História e a coleção de pedras lascadas, ossos manufaturados de esqueletos animais e humanos, objetos pintados e em relevo, entre outras preciosidades.

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