postado em 19/03/2009 08:30
SANKT-POLTEN - "Eu lamento do fundo do meu coração. Infelizmente, eu não posso mudar nada agora", afirmou nesta quinta-feira (19/03) o austríaco Josef Fritzl, acusado de homicídio por negligência, estupro, sequestro e incesto, no último dia de seu julgamento em Sankt Polten, 60 km ao oeste de Viena.
Alguns minutos antes, a promotora Christiane Burkheiser pediu a pena máxima (prisão perpétua) para Fritzl, 73 anos, pelas acusações de sequestro e estupro da filha Elisabeth, hoje com 42 anos, e homicídio por negligência de um dos sete filhos que teve com a filha. O bebê morreu dois dias depois do parto por falta de atendimento médico.
"Houve homicídio por negligência e isto requer a pena máxima", declarou a promotora Christiane Burkheiser. "Fritzl abusou da confiança das pessoas, enganando durante 24 anos todo seu entorno e as autoridades municipais de Amstetten", afirmou, a respeito da cidade que fica 130 km ao oeste de Viena, onde morava a família.
Acusado de assassinato, sequestro, estupro, incesto, escravidão e ameaças graves, Josef Fritzl chegou a se declarar inocente no primeiro dia do julgamento das acusações de assassinato de escravidão, mas na quarta-feira admitiu todas as acusações.
Nas considerações finais, o advogado de defesa, Rudolf Mayer, considerou que "não houve assassinato" e pediu que Fritzl seja beneficiado por "circunstâncias atenuantes", já que se declarou culpado de todas as acusações.
"Meu cliente foi responsável por seus atos, mas a personalidade dele tem anomalias psicológicas", afirmou Mayer.