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OMS adverte que turberculose afeta cada vez mais pacientes de Aids

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GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta terça-feira (24/03) que os progressos na luta contra a tuberculose são muito lentos, ao mesmo tempo em que dobrou a estimativa dos estragos que esta doença está provocando entre os pacientes de HIV/Aids. Um total de 9,27 milhões de pessoas sofreram de tuberculose em 2007, um aumento de quase 30 mil em relação ao ano anterior, que corresponde em linhas gerais ao crescimento da população, de acordo com o relatório anual da OMS sobre o controle da doença. Os dados incluem quase 1,4 milhão de pessoas infectadas com o HIV/Aids, contra aproximadamente 600 mil em 2006. Atualmente se acredita que mais de uma em cada quatro mortes ; 456 mil dos 1,75 milhão de mortos por tuberculose registrados em 2007 - diz respeito a um paciente de HIV/Aids. "As descobertas destacam a necessidade urgente de encontrar, prevenir e tratar a tuberculose na pessoas que vivem com HIV e fazer exames de HIV em todos os pacientes que sofram de tuberculoses para fornecer prevenção, tratamento e atendimento médica", afirmou a diretora geral da OMS, Margaret Chan. A organização reitera ainda que existem grandes carências na luta contra a tuberculose e no tratamento coordenado das duas doenças, o que se deve fundamentalmente à pouca atenção ao saneamento nos países em desenvolvimento, que são os mais afetados. Somente um em cada sete pacientes de HIV recebe tratamento preventivo da tuberculose, destacou o diretor da OMS para o HIV/Aids, Kevin De Cock. Em geral, mais de um terço dos casos de tuberculose não é diagnosticado, o que deixa muitas pessoas sem tratamento e, sobretudo, aumenta o risco de expansão da doença contagiosa. Apesar da taxa global de infecção da tuberculose ter caído em três anos a 139 casos por cada 100 mil pessoas, a melhora foi muito lenta, segundo Mario Raviglione, diretor de operações contra a tuberculose da agência da ONU. "Estamos falando de menos de 1% ao ano, o que nos permitiria eliminar potencialmente a tuberculose em um futuro muito distante: na realidade, estamos falando de séculos, ou milênios", afirmou. O aumento do impacto estimado nos pacientes de HIV/Aids diminuiu em grande parte pelas melhores informações e compreensão do problema. "A revisão ilustra o fato de que as pessoas que vivem com o HIV têm um risco de desenvolver a tuberculoses 20 vezes maior que as pessoas sem HIV", afirma Cock. Depois de uma grande melhora na detecção desta doença extremamente contagiosa, nos últimos anos o progresso estancou, ao mesmo tempo que o impacto das cepas da bactéria da tuberculose que resistem às drogas aumentou, infectando 500 mil pessoas. Somente 1% delas recebem tratamento e 150 mil morrem, de acordo com a OMS, que considera a resistência o "calcanhar de Aquiles" dos esforços para combater a tuberculose. A OMS reunirá 27 países que correspondem a 85% dos casos de tuberculose que resistem aos tratamentos de drogas múltiplas - incluindo Índia, Rússia, África do Sul e Bangladesh - em uma reunião em Pequim no dia 1º de abril.