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Líder francês de direita reafirma que câmaras de gás foram "detalhe" da Segunda Guerra

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postado em 25/03/2009 11:09
ESTRASBURGO - O líder da extrema direita francesa, Jean Marie Le Pen, reafirmou nesta quarta-feira (25/03) na Eurocâmara que é "uma evidência" que as câmaras de gás foram ;um detalhe" da história da Segunda Guerra Mundial, declaração que já valeu ao político uma condenação na França. No centro de uma polêmica no Parlamento Europeu de Estrasburgo (leste da França) sobre a possibilidade de presidir a próxima sessão inaugural da instituição, Le Pen afirmou ter sido vítima de "acusações difamatórias" da parte do líder da bancada socialista, Martin Schulz. Schulz chamou Le Pen na terça-feira de "velho fascista" e "negacionista do Holocausto". "Limitei-me a dizer que as câmaras de gás foram um detalhe da história da guerra mundial, algo que é uma evidência", declarou Le Pen no Europarlamento, sob as vaias dos presentes. "Lembro de que nessa ocasião fui condenado a pagar 200 mil euros em danos e juros, o que prova o estado no qual se encontra a liberdade de expressão na Europa e na França", acrescentou, exigindo ao presidente do grupo socialista "que peça de boa vontade desculpas por uma acusação que é mentirosa". Esta não é a primeira vez que o chefe histórico da extrema direita francesa reitera tais afirmações. Jean-Marie Le Pen as fez pela primeira vez em uma estação de rádio francesa em setembro de 1987, o que valeu a ele uma multa de 1,2 milhão de francos (183.200 euros). Em 2005, ele repetiu as afirmações, e novamente em 2008 na revista "Bretons". Suas novas declarações nesta quarta-feira diante de seus colegas do Parlamento Europeu apenas reavivaram a controvérsia a seu respeito que agita a instituição desde o início da semana. A esquerda procura impedir que Le Pen possa, na posição de decano, presidir a próxima sessão inaugural do Parlamento, após as eleições europeias de junho. Le Pen, que celebrará seu aniversário de 81 anos no mês das eleições, é membro do Parlamento Europeu desde 1984. Ele vai se candidatar novamente na liderança da Frente Nacional e, se for eleito, será o decano, por idade, do próximo Parlamento. "Que aqueles que não querem que esse homem dirija a sessão inaugural do Parlamento Europeu aprovem a minha proposta de modificar o regulamento", disse nesta quarta-feira Schulz, pedindo que a Presidência do Parlamento tome "medidas" após as propostas "inaceitáveis" de Le Pen. Já o líder dos conservadores, Joseph Daul, considerou que Le Pen está "deslocado" e exigiu "respeito" às vítimas dos campos de concentração. Apoiado pelos Verdes, Martin Schulz havia proposto na terça-feira uma modificação do regulamento interno do Parlamento, que prevê que o decano dos políticos presida a sessão inaugural da nova assembléia. Rejeitada pelo líder dos liberais Graham Watson, a proposta de Schulz será "analisada" pelos conservadores, prometeu Joseph Daul. Em julho de 1989, o ex-cineasta francês Claude Autant-Lara já havia provocado um escândalo no Parlamento Europeu. Eleito por um partido da FN, ele teve a oportunidade como decano de pronunciar um discurso no qual grande parte dos parlamentares deixaram o local, em sinal de protesto.

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