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Pequim critica relatório do Pentágono sobre a China

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postado em 26/03/2009 09:14
PEQUIM - O ministério das Relações Exteriores da China qualificou de "flagrante deformação da realidade" o relatório do ministério da Defesa dos Estados Unidos que considera o desenvolvimento militar chinês uma ameaça ao equilíbrio regional. "É um flagrante deformação da realidade e a China se opõe a ele", declarou o porta-voz do ministério, Qin Gang. "O relatório divulgado pelos americanos continua jogando com a falácia da ameaça militar chinesa", acrescentou. No documento oficial, o Pentágono afirma que o desenvolvimento militar do gigante asiático nas áreas nuclear, espacial e cibernética ameaça o equilíbrio regional na Ásia. Qin pediu a Washington que deixe de publicar informes deste tipo "para evitar prejudicar ainda mais as relações militares bilaterais". Após a divulgação do relatório, um porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, pediu "um diálogo militar mais vigoroso" e "mais contatos" com a China, da qual lamentou a "falta de transparência" em matéria de defesa. Entre outubro e fevereiro, a China suspendeu o diálogo militar com os Estados Unidos para protestar pela venda de armas americanas, por US$ 6,5 bilhões, a Taiwan, a ilha nacionalista que a China considera uma província rebelde. Pequim pretende aumentar o orçamento militar em 14,9% no ano de 2009, após uma alta de 17,6% em 2008, mas alega que suas intenções são defensivas. As questões militares e Taiwan são dois grandes pontos de divergência entre Estados Unidos e China. A China manifestou ainda um grande descontentamento com a resolução da Câmara de Representantes dos Estados Unidos reafirmando o compromisso americano com a segurança de Taiwan. "O Congresso americano ignorou a posição da China ao aprovar uma resolução que promete um compromisso inflexível com a Ata sobre Relações com Taiwan, aprovada há 30 anos", afirma um comunicado do ministério chinês das Relações Exteriores. "A parte chinesa expressa seu grande descontentamento e formula um protesto oficial à parte americana", disse o porta-voz do ministério, Qin Gang.

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