postado em 26/03/2009 19:10
Os diretores do museu do antigo campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau (Polônia) lutam para salvar esse símbolo do Holocausto dos desgastes causados pelo tempo.
Eles têm que enfrentar enormes problemas para impedir que o lugar se transforme em ruínas e preservar a memória de aproximadamente 1,1 milhão de pessoas que morreram nessas instalações, em imensa maioria judeus, durante a Segunda Guerra Mundial.
"Esta é nossa última oportunidade", advertiu Piotr Cywinski, diretor do museu, administrado pelo Estado.
O museu permanece em funcionamento graças ao governo polonês, que cobre aproximadamente a metade de seus custos, mais a receita obtida com a venda de ingressos. Cerca de 5% de seu orçamento provém da Fundação Lauder, com sede nos Estados Unidos, e dos governos regionais alemães.
Os edifícios rudimentares do campo de Birkenau, construídos pelos prisioneiros em um terreno pantanoso, foram degradados pela erosão do solo e pelos danos provocados pelas águas.
"Temos que terminar os trabalhos de conservação em todos esses edifícios em 10 ou 12 anos, de modo que será preciso começar em três anos no mais tardar", disse Cywinski.
"O objetivo primordial é preservar a natureza autêntica dessas instalações e não reconstruí-las, para não mudar a percepção desse lugar", acrescentou.
Preservar apenas um bloco de alojamentos custa cerca de 880.000 euros, disse o diretor de manutenção Rafal Pioro.
A Polônia pediu que a comunidade internacional apoie esse novo plano para preservar o campo de Auschwitz-Birkenau.
A área do museu cobre 191 hectares, com 155 edifícios e 300 ruínas, e possui uma coleção de milhares de objetos pessoais, assim como documentos que expõem os detalhes da macabra estrutura nazista.
Inicialmente, os nazistas criaram esse campo para os combatentes da resistência polonesa, nove meses depois de invadir a Polônia, em setembro de 1939.
O campo original era um antigo acampamento do Exército polonês, próximo à cidade de Oswiecim (sul), conhecida em alemão como Auschwitz.
Dois anos depois, os nazistas expandiram consideravelmente o local até as imediações de Brzezinka, ou Birkenau.
Aproximadamente 1,1 milhão de pessoas morreram em Auschwitz-Birkenau entre 1940 e 1945 -- um milhão deles eram judeus da Polônia e de outros países da Europa ocupada -- alguns por excesso de trabalho, fome e doenças, mas a maioria nas câmaras de gás.
Entre as vítimas de Auschwitz-Birkenau e dos outros campos de extermínio de Chelmno, Treblinka, Sobibor, Majdanek e Belzec também havia polonês não judeus, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos, entre outros.
O museu, criado pelo governo polonês em 1947, atraiu no ano passado 1,13 milhão de pessoas. Esse fluxo de visitantes é crucial para o trabalho de memória, mas significa uma pressão enorme para as instalações.