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Encontro no Chile: líderes progressistas como Zapatero, Lula e Biden acertam o tom para o G-20

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postado em 28/03/2009 07:55
O balneário de Viña del Mar, no Chile, reúne hoje um seleto grupo de líderes mundiais que se consideram progressistas e pretendem debater possíveis soluções para a crise financeira internacional. Eles tentarão acertar no encontro uma decisão conjunta para ser levada ao encontro do G-20, em Londres, na quinta-feira (quando as maiores economias do mundo discutirão a turbulência global), e para a cúpula sobre mudança climática em Copenhague, Dinamarca. Os principais participantes do evento são os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; do Chile, Michelle Bachelet; da Argentina, Cristina Kirchner; do Uruguai, Tabaré Vázquez; o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; os premiês britânico, Gordon Brown, e espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Viña del Mar também recebeu ontem cerca de 40 intelectuais de 17 países para o seminário Resposta a uma crise global: um futuro progressista. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, representou o Brasil com o ensaio intitulado O Estado em um paradigma econômico em mudança e defendeu a ideia de que ;claramente o Estado está de volta;. Marco Aurelio exemplificou que, com a crise financeira, ;pôde-se ouvir apelos patéticos pela intervenção do Estado para salvar bancos, companhias de seguro e a indústria;, mas que, ;para evitar velhos tabus, esta ;salvação; não é rotulada ;nacionalização;;. O assessor também argumentou que ;falhas do Estado em países em desenvolvimento, como o Brasil, foram amplamente causadas pela usurpação dos interesses privados, o que sugere um déficit democrático;. Esta é a sexta edição da cúpula de países progressistas e a primeira realizada na América Latina. O senador socialista Ricardo Núñez, presidente do Instituto Igualdad, do Chile, que organiza o evento com a fundação britânica Policy Network, admitiu ao Correio que é difícil definir quem é progressista. ;Basicamente é um profundo amante da liberdade e da democracia, da igualdade e da fraternidade. Acredita num sistema econômico com grau maior da participação do Estado, já que o mercado não resolve todos os problemas da economia;, resumiu. ;Curiosamente, temos consciência de que somos o continente que não provocou a crise, mas somos os que resistimos da melhor maneira, graças às políticas implementadas por nossos governos progressistas;, acrescentou o presidente do Instituto Igualdad. Ainda assim, o senador ressalta que existe a preocupação sobre até quando a região resistirá ao cenário desfavorável. Segundo o socialista chileno, os líderes dos países do ;socialismo do século 21;, como Venezuela, Bolívia e Equador, não participariam da reunião.

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