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Netanyahu se diz disposto a negociar a paz com os palestinos

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JERUSALÉM - O novo primeiro-ministro israelense de direita Benjamin Netanyahu afirmou nesta terça-feira (31/03) que está disposto a negociar a paz com os palestinos, ao apresentar seu governo para posse no parlamento. "Eu digo aos dirigentes da Autoridade Palestina: se vocês quiserem a paz, será possível chegar à paz. O governo sob minha direção agirá para conseguir a paz sob três pilares: economia, segurança e política", declarou. "Realizaremos negociações de paz permanentes com a Autoridade Palestina para conseguir um acordo final. Não queremos governo outro povo; não queremos controlar o destino dos palestinos", acrescentou. Netanyahu declarou que, dentro de um "acordo definitivo", os palestinos "disporão de todos os direitos para se governar a si mesmos, salvo os suscetíveis de constituir um perigo para a segurança e a existência do Estado de Israel". O premier designado não falou de um Estado palestino independente. Netanyahu completou nesta terça-feira a formação do governo depois das últimas negociações para unir à coalizão de governo o Partido do Judaísmo Unificado da Torá (ortodoxo asquenaze, cinco deputados). A coalizão conta com o Likud, principal partido da direita israelense comandado por Netanyahu (27 deputados); Israel Beitenu (direita nacionalista, 15); o Partido Trabalhista (13), o Shass (ortodoxos sefardins, 11) e o Lar Judeu (ligado aos colonos, três cadeiras). Ao mesmo tempo, Netanyahu tenta convencer Sylvan Shalon, dirigente do Likud, a aceitar o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional e ser ainda vice-premier. Shalom, que já foi chanceler, rejeitou a oferta em um primeiro momento, o que provocou tensão no partido. O gabinete de coalizão que Netanyahu tenta concluir será o mais amplo na história de Israel, com quase 30 ministros e sete vice-ministros.