postado em 02/04/2009 09:14
BAGDÁ - Os 92 mil membros das "Sahwa", grupos de ex-rebeldes que se integraram à luta contra a Al-Qaeda sob comando do exército americano, passaram a ficar sob controle das forças iraquianas de segurança, anunciou nesta quinta-feira (02/04) o comando americano no Iraque.
Na véspera, os 10 mil milicianos conhecidos como "Filhos do Iraque" (o outro nome pelo que são conhecidos os Sahwa), da província de Saladin, ao norte de Bagdá, passaram a ficar sob controle das autoridades iraquianas. Eles foram os últimos a ser transferidos em um longo processo iniciado em 1º de outubro de 2008.
Os "Filhos do Iraque" ou "Sahwa" ("Despertar" em árabe) apareceram em setembro de 2006 na província de Al-anbar por iniciativa dos chefes tribais locais incentivados pelo exército americano para atacar a Al-Qaeda.
No domingo passado, as forças iraquianas apoiadas por soldados americanos tiveram que enfrentar os milicianos de um dos bairros mais antigos de Bagdá, em meio a disparos de armas automáticas e franco-atiradores escondidos, no primeiro incidente com essa gravidade em mais de um ano em Bagdá.
Dois civis morreram no sábado durante esses confrontos, que também deixaram 15 feridos, incluindo quatro soldados, quatro civis e sete membros dos "Sahwa".
Os confrontos começaram depois que as forças especiais iraquianas prenderam no sábado o chefe das "Sahwa", Adel Machahadani, no bairro de Fadel, centro histórico da capital. Este bairro, que outrora foi um reduto da Al-Qaeda, recuperou a calma em 2008 graças aos Sahwa.
No Iraque há cerca de 94 mil "Sahwa". Sua colaboração com o governo tem sido um fator chave para a melhoria da segurança. A capital iraquiana não havia sido cenário de confrontos semelhantes desde abril de 2008, quando americanos e iraquianos lançaram uma ofensiva contra o reduto da milícia extremista xiita de Moqtada Al-Sadr em Sadr City, uma grande favela do nordeste de Bagdá.