postado em 02/04/2009 17:55
"O Uruguai tem um sistema financeiro "sólido" e "sério" e é a Justiça que determina quando deve ser suspenso o segredo bancário", afirmou nesta quinta-feira o presidente do Banco Central, Mario Bergara, no momento em que a OCDE inclui o país na lista negra de paraísos fiscais.
A pedido do G-20, que acaba de se reunir em Londres, a OCDE divulgou uma lista negra de paraísos fiscais que cita Uruguai, Costa Rica, Malásia e Filipinas.
"No Uruguai, não somos e nem queremos ser um paraíso fiscal. O Uruguai não é um mosteiro, mas também não é um cassino", disse o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, na Cúpula de Líderes Progressistas realizada no Chile.
Segundo Bergara, desde a aprovação da Reforma Tributária, em 2007, foi eliminada a criação das Sociedades Anônimas Financeiras de Investimentos (Safi) e há um prazo até 2010 para a adequação das Safi já existentes.
Bergara citou a "solidez" e a "seriedade" do sistema financeiro e do sistema bancário uruguaio, que tem severas normas de "supervisão e regulação".
O presidente do BC uruguaio estimou que "o segredo bancário é um tema muito complexo" e que "não há países com sistemas financeiros sérios que não tenham alguma forma de segredo bancário".
Este "é um tema instrumental, e não uma questão de princípios", que busca "equilibrar o direito à privacidade com o interesse público de evitar delitos. O que varia é seu alcance".
No Uruguai, a "garantia deste equilíbrio é a Justiça. É o juiz que determina em que casos o interesse público está acima da privacidade", disse Bergara.
O presidente do BC destacou ainda que o Uruguai tem "acordos internacionais com outros reguladores, como Brasil, Argentina, Estados Unidos e Espanha", para combater a lavagem de dinheiro e o terrorismo.