postado em 02/04/2009 21:04
A polícia israelense interrogou por mais de sete horas hoje o novo ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman. O político é suspeito de envolvimento em um caso de suborno, em uma investigação que já dura mais de dez anos.
Segundo um porta-voz da polícia, Lieberman está sendo interrogado por conta de alegações de que estaria recebendo suborno, participando de lavagem de dinheiro e quebra de confiança. A filha e o advogado de Lieberman também estão sendo interrogados no caso. O chanceler nega qualquer crime e afirma que o caso tem motivação política
No começo do ano, a filha de Lieberman, o advogado do político e mais cinco pessoas chegaram a ser detidas durante a investigação. As suspeitas são de que Lieberman recebeu dinheiro ilícito por meio de contas correntes fictícias que estavam nos nomes de sua filha e do seu advogado. O caso é ainda mais complicado porque o novo ministro de Segurança Interna de Israel que supervisiona a polícia, pertence ao partido de Lieberman, o ultradireitista Yisrael Beiteinu (Israel Nossa Casa).
Ontem, Lieberman compareceu à posse do seu colega, Yitzhak Aharonovitch. "Essa investigação está acontecendo há 13 anos. No interrogatório de hoje Lieberman cooperou e respondeu às questões dos investigadores", afirmou a porta-voz de Lieberman, Irena Etinger. O chanceler tomou posse nesta semana e já suscitou preocupações ao redor do mundo pelos comentários considerados racistas e pela oposição a discussões de paz apoiadas pelos Estados Unidos no ano passado
Lieberman causou controvérsia logo após assumir, durante a cerimônia ontem, quando afirmou que é contrário a concessões para adversários árabes em troca de paz. "Qualquer um que pense que concessões irão resultar em algo está errado. Elas trariam pressões e mais guerras", disse ele, a uma plateia que incluiu diplomatas israelenses visivelmente agitados.
"O que temos de explicar para o mundo é que a lista de prioridades deve mudar." Seus comentários foram condenados por palestinos, pelos países árabes e por sua antecessora, Tzipi Livni, que foi negociadora de paz durante o mandato como chanceler.