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Cúpula da Otan: Obama pede ajuda a europeus

Americano diz que seu país não pode arcar sozinho com a guerra contra o terrorismo, mas ganha poucos reforços para o Afeganistão. Eleição do secretário-geral tem impasse

postado em 04/04/2009 08:00
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi recebido por uma multidão entusiasmada ao desembarcar em Estrasburgo, leste da França, um dos locais escolhidos para a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ele distribuiu apertos de mão e acenos, demonstrando bom-humor. Na reunião, que marca o 60º aniversário da aliança militar, Obama pediu apoio à sua estratégia para o Afeganistão. O presidente norte-americano tem como meta retirar as tropas do país asiático apenas quando acabar com os grupos rebeldes e instaurar um sistema político democrático e estável em todo o território. O chefe de Estado advertiu à Europa que os Estados Unidos não podem suportar sozinhos o peso da guerra contra o terrorismo, insistindo que os europeus assumam mais responsabilidades nessa luta. Em referência aos fundamentalistas talibãs e ao grupo terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden, Obama afirmou: ;Esse é um problema que diz respeito a todos nós. É necessário um esforço conjunto;. As declarações foram feitas para quase mil pessoas, durante uma sessão de perguntas e respostas aberta ao público em Estrasburgo. No intuito de convencer os países a enviar mais tropas ao Afeganistão, Obama destacou que a Europa corre mais risco de sofrer um novo ataque terrorista que os EUA. ;É mais provável que a Al-Qaeda seja capaz de realizar um grave ataque terrorista na Europa que nos Estados Unidos, devido à proximidade;, pontuou. O presidente norte-americano admitiu, ainda, que a aliança entre o Velho Continente e os EUA perdeu força nos últimos anos devido à desconfiança por parte dos Estados Unidos, traço marcante na gestão do ex-presidente George W. Bush. Barack Obama também reconheceu a falha norte-americana em não reconhecer o papel de liderança mundial da Europa. ;Em vez de celebrar sua dinâmica união e buscar uma associação com vocês para fazer frente aos desafios comuns, houve momentos em que os Estados Unidos se mostraram arrogantes;, lamentou. No entanto, nem os elogios aos aliados e à França fizeram com que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, se dispusesse a ampliar a presença militar no Afeganistão. Sarkozy manteve o discurso feito na terça-feira, de que não enviaria reforços. Espanha, Itália, Holanda e Portugal prometeram enviar 450 homens para integrar as polícias militar e federal afegãs, mas a maior ajuda, pelo menos por enquanto, virá do Reino Unido. Um porta-voz do premiê Gordon Brown anunciou que o país enviará mais de mil homens ao Afeganistão para atuarem durante as eleições presidenciais de agosto. Novo líder Após a cúpula em Estrasburgo, os dirigentes dos países da Otan se reuniram novamente, na cidade de Baden Baden, no oeste da Alemanha. Eles não chegaram a um acordo sobre o novo secretário-geral da aliança atlântica. As conversas serão retomadas hoje, durante sessão plenária ; desta vez, na cidade francesa. O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, é o mais cotado para substituir o holandês Jaap de Hoop Scheffer, que deixa o cargo em 31 de julho. Porém, a Turquia se mostrou contra a escolha e pediu um pouco mais de tempo para encontrar uma segunda opção. À parte das decisões políticas da Otan, as atenções se voltaram para o encontro entre a primeiras-damas dos Estados Unidos e da França, Michelle Obama e Carla Bruni. As duas foram perseguidas pelos fotógrafos. Michelle vestia um casaco preto com flores fúcsia e um vestido também fúcsia, enquanto Carla estava com um manteau cinza. Ambas se mostraram interessadas em participar de um projeto comum de luta contra a Aids. Segundo a presidência francesa, já foi combinada uma ;troca de telefonemas; entre elas ;para as próximas semanas;. Leia: conheça as origens da Otan

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