postado em 07/04/2009 12:33
WASHINGTON - Profissionais da área da saúde tiveram participação nos severos interrogatórios e maus-tratos a suspeitos de terrorismo em prisões secretas da CIA em "flagrante violação da ética médica", concluiu um informe confidencial do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
O pessoal médico supervisionou e algumas vezes participou da prática chamada de "submarinos" (simulação de afogamento) aplicada em suspeitos de terrorismo, ou esteve presente quando os prisioneiros foram lançados contra a parede, submetidos a temperaturas extremas, privados de alimentos ou impedidos de dormir durante vários dias, segundo o relatório de fevereiro de 2007 e divulgado apenas na segunda-feira na internet.
"Eu me preocupo com teu corpo só porque precisamos de informação", disse um dos médicos ao prisioneiro Encep ;Hambali; Nuraman, segundo o relatório da Cruz Vermelha.
O documento afirmou que a suposta participação do pessoal da saúde nos interrogatórios constituiu um flagrante violação da ética médica e, em alguns casos, equivaleu a participar "em torturas e maus-tratos, desumanos e humilhantes".
Pelo menos cinco cópias do relatório foram enviadas a altos funcionários da CIA e da Casa Branca em 2007, mas não foram divulgados à opinião pública para preservar a neutralidade da política do CICR, disseram porta-vozes do organismo.