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Manifestantes invadem e atacam Parlamento da Moldávia

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postado em 07/04/2009 12:54
CHISINAU - Manifestantes anticomunistas invadiram o Parlamento da Moldávia nesta terça-feira (07/04), atirando computadores, quebrando janelas e incendiando móveis. O violento protesto foi contra o que foi considerado por eles uma eleição fraudulenta no domingo. A polícia usou jatos d'água para conter o protesto, mas não conseguiu impedir a invasão no Parlamento e em um escritório presidencial adjacente. Um médico do Hospital de Emergências de Chisinau, Iuri Baziluc, disse que 30 policiais e manifestantes ficaram feridos nos confrontos. A violência ocorreu dois dias depois de o Partido Comunista ganhar a reeleição, em um dos países mais pobres da Europa. Aproximadamente 10 mil pessoas se reuniram nas proximidades do Parlamento, exigindo novas eleições, aos gritos de "Abaixo os Comunistas" e "Liberdade, liberdade". Os manifestantes, em sua maioria jovens, romperam a barreira policial e um pequeno grupo invadiu o Parlamento e o escritório presidencial. Muitas pessoas traziam bandeiras da União Europeia, da Moldávia e da Romênia. Depois da primeira invasão, a polícia usou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para impedir uma segunda investida de aproximadamente 2 mil manifestantes. No poder desde 2001, os comunistas venceram com aproximadamente 50% dos votos as eleições. Segundo observadores internacionais, a votação foi justa. Porém o prefeito da capital moldava, Chisinau, Dorin Chirtoaca, sugeriu que os dados divulgados de que 60% dos eleitores compareceram estavam imprecisos. Chirtoaca disse acreditar que alguns eleitores votaram várias vezes. "As eleições foram fraudulentas, houve votos múltiplos", afirmou o prefeito, também vice-líder do oposicionista Partido Liberal, em entrevista à Realitatea TV. "Essas são pessoas que não sabem o que é democracia." Mais de 600 mil cidadãos da Moldávia trabalham no exterior e a maioria não vota. Chirtoaca disse que isso significa que 80% dos eleitores do país votaram, o que ele considerou um número improvável. A oposição culpa os comunistas pelo baixo padrão de vida e por impedir que a república ex-soviética se aproxime da União Europeia. A Moldávia, com 4,1 milhões de habitantes, permanece uma das nações mais pobres da Europa, com um salário médio mensal de US$ 350.

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