postado em 07/04/2009 16:45
Milhares de jovens manifestantes que contestavam a vitória dos comunistas nas eleições legislativas invadiram nesta terça-feira a sede da presidência e o Parlamento da Moldávia, onde uma pessoa morreu, informou a televisão nacional.
Apesar da utilização pela polícia de bombas de gás lacrimogêneo e de jatos d'água, os manifestantes conseguiram entrar nos edifícios da presidência e do Parlamento no centro de Chisinau, a capital desta ex-república soviética espremida entre a Romênia e a Ucrânia.
Alguns saíram com móveis que queimaram na rua. Outros plantaram uma bandeira com as cores da União Europeia no teto da presidência.
Uma mulher faleceu no Parlamento em chamas ao inalar óxido de carbono, afirmou a rede de TV Moldova 1. A informação ainda não havia sido confirmada.
Os manifestantes atiraram pedras na sede da presidência, quebrando vidraças e clamando: "Abaixo o comunismo".
Outros gritavam "liberdade", "queremos integrar a Europa" e "somos romenos". Alguns ergueram um cartaz com os dizeres: "Antes morto do que comunista".
Violentos confrontos foram registrados entre manifestantes e policiais. Dezenas de pessoas ficaram feridas.
"Mais de 30 feridos, entre policiais e manifestantes, foram tratados aqui. Eles apresentam traumatismos diversos, alguns estão em estado grave", declarou o chefe da equipe médica do pronto-socorro de Chisinau, Gueorgui Tchobanov.
Diante desta onda de violência, o presidente comunista Vladimir Voronin afirmou que a Moldávia "defenderá firmemente a integridade da nação" contra os "fascistas irados que tentam um golpe de Estado".
O presidente a Rússia, Dmitri Medvedev, pediu na noite desta terça-feira uma "resolução pacífica o mais rápido possível" da crise na Moldávia, durante uma conversa por telefone com seu colega Voronin, segundo um comunicado do Kremlin.
O sucessor de Voronin deve ser eleito pelo próximo Parlamento entre 8 de abril e 8 de junho.
Os partidos da oposição liberal, que denunciaram irregularidades nas eleições de domingo, defenderam o prosseguimento das manifestações enquanto suas exigências - uma recontagem dos votos e a anulação da votação se as fraudes forem comprovadas - não forem satisfeitas.