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UA: jornais estão fartos de ver seu conteúdo divulgado gratuitamente em sites

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postado em 08/04/2009 16:54
Donos de jornais americanos estão fartos de ver sua renda com publicidade e assinaturas despencar, enquanto seus leitores vão a sites na internet que divulgam as notícias gratuitamente - e alimentando-se do conteúdo produzido por suas redações. "Estamos furiosos e não vamos mais suportar isto", disse Dean Singleton, presidente da Associated Press, uma cooperativa de mais de 1.400 jornais americanos. "Não podemos continuar assistindo outros roubarem nosso trabalho amparados em teorias legais equivocadas", afirmou, em uma reunião da associação de jornais americanos (Newspaper Association of America, NAA) em San Diego, Califórnia. O apelo de Singleton acontece poucos dias depois do presidente da News Corp., Rupert Murdoch, lançar um ataque contra o gigante da internet Google, cujo portal da internet Google News é um dos mais populares sites de notícias da internet. "Devemos permitir que o Google roube todos os nossos direitos autorais?", perguntou Murdoch, dono de jornais na Austrália, Reino Unidos e Estados Unidos, incluindo o The Wall Street Journal e o The New York Post. "Obrigado, mas não, obrigado", ironizou. Robert Thomson, editor chefe do The Wall Street Journal, usou palavras ainda mais duras para descrever a situação. "Não há dúvida de que alguns sites seriam melhor descritos como parasitas ou lombrigas solitárias tecnológicas nos intestinos da internet", atacou, em uma entrevista ao jornal The Australian. "É claro que os leitores foram induzidos - de forma errada, na minha opinião - a acreditar que a maior parte do conteúdo deveria ser gratuito", indicou Thomson. "Mas não há dúvida de que isso interessa a sites como o Google, que se beneficiam desta percepção equivocada". Dois jornais, o Rocky Mountain News de Denver, Colorado, e o Seattle Post-Intelligencer, fecharam suas portas nas últimas semanas, enquanto vários grandes grupos de imprensa já quebraram, como o Tribune Co., editor do Chicago Tribune, do Los Angeles Times e de outros tradicionais diários. Segundo a NAA, 2208 foi o pior ano da história dos jornais americanos, com uma queda de 17,7% da renda publicitária impressa e de 1,8% da renda publicitária online.

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