postado em 10/04/2009 15:13
MOGADÍSCIO - Os piratas somalis que mantêm como refém o capitão americano de um navio de carga exigiram um resgate para liberá-lo, informou nesta sexta-feira (10/04) Abdi Garad, um dos chefes dos sequestradores, sem especificar a quantia pedida.
"Estamos pedindo um resgate para liberar o capitão", disse Garad por telefone de Eyl, um refúgio pirata no norte da Somália. Garad avisou que não vai aceitar enganação: "Estamos em condições de defender nossa equipe e se os americanos tentarem nos enganar terão consequências negativas".
Os piratas atacaram quarta-feira o cargueiro de 17,5 toneladas ;Maersk Alabama;, de propriedade dinamarquesa e bandeira americana, com 20 tripulantes americanos a bordo. Os marinheiros recuperaram o controle da embarcação, mas os piratas conseguiram reter o capitão em um bote salva-vidas. Enquanto o pirata pedia o resgate, a imprensa informou que o capitão havia tentado fugir.
O capitão Richard Phillips conseguiu pular no mar durante a noite e tentou nadar até o navio americano ;USS Bainbridge;, que está nas proximidades, mas os piratas conseguiram recapturá-lo, destacaram três canais de televisão.
Phillips, por sua vez, virou o novo herói dos americanos. Parentes, colegas e a imprensa americana redobram os elogios ao marinheiro que, aparentemente, se ofereceu voluntariamente como refém para salvar as demais pessoas que estavam sob seu comando e por sua tentativa de escapar. "Ele está preocupado com sua tripulação e seu barco", afirmou sua irmã, Lea Coggio. "Richard é assim mesmo", acrescentou.
Funcionários militares dos Estados Unidos disseram que Phillips estava bem e que os piratas não o feriram ao frustrar sua tentativa de fuga. O Exército dos Estados Unidos informou ainda que está enviando mais forças à região do Chifre da África.
Com três navios e cerca de mil homens, a Marinha americana (US Navy) lidera uma força tarefa, com a participação de mais de 20 países, para combater a pirataria no Golfo de Aden.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, manifestou sua "profunda preocupação" com o ataque pirata a um navio americano, e conclamou uma ação internacional contra a pirataria. "Estamos profundamente preocupados e acompanhamos isto muito de perto", revelou Hillary Clinton em Washington, após um encontro com o ministro marroquino de Relações Exteriores, Taieb Fassi-Fihri.
Os atos de pirataria a partir da costa da Somália, país em guerra civil desde 1991, atingiram mais de 130 navios no ano passado, segundo o Bureau Marítimo Internacional.