postado em 11/04/2009 09:47
Uma cúpula asiática organizada em Pattaya, na Tailândia, teve que ser interrompida neste sábado (11/04) quando manifestantes invadiram o hotel de luxo onde deveriam acontecer os debates. A situação, de acordo com o governo tailandês, obrigou os dirigentes presentes a se retirarem com pressa do local.
"Todas as reuniões foram adiadas", declarou o porta-voz do governo, Panitan Wattanayagorn, explicando que a medida foi tomada "para garantir a segurança dos dirigentes" dos 16 países da região Ásia-Pacífico convidados para a cúpula. Esses dirigentes tiveram que ser retirados do local de helicóptero.
O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, anunciou à televisão que o estado de emergência foi decretado em Pattaya e na província de Chonburi. As reuniões com mais de cinco pessoas estão agora proibidas.
Nenhuma nova data foi adiantada para a realização da cúpula entre os países do sudeste asiático e seus principais parceiros. A cúpula já fora adiada em dezembro passado, devido à interminável crise política na Tailândia.
Manifestantes
Centenas de "camisas vermelhas", como são chamados os partidários do ex-primeiro-ministro no exílio Thaksin Shinawatra, invadiram neste sábado o complexo hoteleiro de luxo onde estavam reunidos os participantes da cúpula.
Gritando slogans hostis a Abhisit, os manifestantes invadiram várias partes do hotel, afugentando alguns turistas que descansavam à beira da piscina.
Antes de irromper no complexo, os "camisas vermelhas" já tinham bloqueado as ruas de Pattaya com a ajuda de centenas de táxis.
Este bloqueio provocou o cancelamento de um encontro entre os ministros chinês, japonês e sul-coreano das Relações Exteriores, assim como o adiamento de reuniões entre os dirigentes dos dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), da China, da Coreia do Sul e do Japão.
A situação piorou quando "camisas azuis", o nome dado aos militantes pró-governo, chegaram ao hotel com garrafas e pedaços de madeira, deflagrando uma briga generalizada que deixou 13 feridos, segundo os socorristas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "lamentou profundamente" o adiamento da cúpula, à qual devia comparecer, mas disse "entender" os motivos que levaram a Tailândia a tomar esta "difícil decisão".
Os "camisas vermelhas" estão acampados diante da sede do governo em Bangcoc desde o dia 26 de março. Eles exigem a renúncia do primeiro-ministro Abhisit. Quarta-feira, eles reuniram mais de 100 mil pessoas nas ruas da capital.
Ao interromper a cúpula, os "camisas vermelhas" mostraram que a crise na Tailândia ainda está longe do fim, segundo o comentarista político Thitinan Pongsudhirak. "O objetivo deles é impedir o governo de funcionar, e é exatamente isso que fizeram hoje", afirmou.