postado em 13/04/2009 17:12
A polícia prendeu nesta segunda-feira (13/4) pelo menos 21 pessoas, incluindo um reitor de uma universidade, durante investigações de suposto golpe para derrubar o governo de raízes islâmicas, informou a mídia local. Policiais também vasculharam a sede de uma emissora de televisão e vários lugares envolvidos com um grupo secularista, a Associação para o Apoio da Vida Contemporânea, informaram agências de notícias. As detenções ocorreram após uma série de prisões, ordenada pelos promotores que investigam uma suposta organização chamada Ergenekon. O nome do grupo vem da lendária terra natal dos turcos. Os promotores afirmam que dezenas de militares, policiais, jornalistas e acadêmicos pertencem ao grupo e planejaram o golpe.
Entre os detidos está o professor Mehmet Haberal, reitor e proprietário da Universidade Baskent, de Ancara. Ele já organizou encontros com pessoas contrárias ao governo, supostamente para formar um novo movimento político ou partido. Haberal também é dono da emissora Kanal B, que também foi alvo de buscas nesta segunda-feira. Entre os supostos líderes do Ergenekon estão dois generais da reserva, que podem, se condenados, pegar prisão perpétua.
Mais de 200 suspeitos foram detidos desde 2007, no caso que mostra a divisão entre uma poderosa classe de muçulmanos praticantes, que comanda o governo com forte apoio eleitoral, e as elites seculares, temerosas de que o governo queira impor sua religião à sociedade.
Os suspeitos são acusados de tentar criar o caos, a fim de incentivar um golpe militar. Os críticos afirmam que as prisões são parte de uma tentativa do governo de colocar uma mordaça nos oponentes seculares. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan afirma não ter essa intenção e que seu governo segue os princípios seculares turcos.