postado em 14/04/2009 19:39
O líder cubano Fidel Castro considerou nesta terça-feira "positiva", mas "mínima", a decisão do presidente Barack Obama de suspender as restrições às viagens e ao envio de dinheiro a Cuba, e reivindicou que elimine uma lei que privilegia imigrantes cubanos nos Estados Unidos, em um novo artigo dedicado ao tema.
"A medida de aliviar as restrições às viagens em si é positiva, embora mínima. Fazem falta muitas outras, incluindo a eliminação da Lei assassina de Ajuste Cubano (de 1966), que se aplica exclusivamente" a Cuba, ressaltou Fidel, em um segundo artigo publicado no site digital Cubadebate.
"Gostaríamos que respondesse à pergunta sobre se os privilégios migratórios utilizados para combater a Revolução Cubana e despojá-la de recursos humanos serão concedidos também a todos os latino-americanos e caribenhos", disse o ex-presidente cubano, de 82 anos.
Em um primeiro artigo sobre o fim das restrições, primeira reação de Havana divulgada na segunda à noite, Fidel exigiu de Obama o fim do embargo que Washington aplica à ilha desde 1962. Disse ainda que Cuba não pede "esmolas".
Nesta terça, Fidel lembrou que se completará um novo aniversário da invasão da Baía dos Porcos, financiada por Washington em 1961.
"Gostaríamos de ouvir alguma autocrítica do poderoso país e a garantia de que (um fato desses) nunca voltará a acontecer em nosso hemisfério.
O líder comunista, afastado do poder por doença, declarou que Cuba não quer atacar Obama e que o novo presidente dos EUA "não tem responsabilidade" pelo que ocorreu no passado.
"Estou certo de que não cometerá as atrocidades de (George W.) Bush. Depois dele, porém, pode vir outro igual, ou pior que seu antecessor. Os homens passam; os povos permanecem", opinou Fidel.