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Leia as íntegras de artigos de Fidel Castro sobre medidas de Obama

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postado em 15/04/2009 08:11
Sobre o bloqueio não se disse uma palavra Fidel Castro Publicado em 13 de abril de 2009 no site Cubadebate O governo dos EUA anunciou, através da CNN, que esta semana Obama visitará o México, iniciando sua viagem rumo a Puerto España España (Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago), onde estará durante quatro dias para participar na Cúpula das Américas. Anunciou o abrandamento de algumas restrições odiosas impostas por Bush aos cubanos residentes nos Estados Unidos para visitar seus familiares em Cuba. Quando se questionou se tais privilégios se aplicariam a outros americanos, a resposta foi que eles não estavam autorizados. Do bloqueio, que é a mais cruel das medidas, não se disse uma palavra. Assim se chama de forma piedosa o que é na verdade uma medida genocida. Os danos (causados pelo bloqueio) não se medem só por seus efeitos econômicos. Constantemente custam vidas humanas e causam sofrimentos dolorosos a nossos cidadãos. Vários equipamentos de diagnóstico e remédios vitais não são acessíveis para os nossos pacientes, mesmo que venham da Europa, do Japão ou de qualquer outro país, se utilizarem determinados componentes ou programas dos Estados Unidos. As restrições relacionadas à Cuba devem ser aplicadas pelas empresas dos Estados Unidos que produzem bens ou prestam serviços em qualquer parte do mundo por causa da extraterritorialidade. O influente senador republicano Richard Lugar, outros de seu partido com o mesmo título no Congresso, e um outro número significativo de senadores democratas são a favor de acabar com o bloqueio. Estão criadas as condições para que Obama empregue seu talento em uma política construtiva que ponha fim à que tem fracassado durante quase meio século. Por outro lado, nosso país, que tem resistido e está disposto a resistir quanto for necessário, não culpa Obama pelas atrocidades cometidas por outros governos dos EUA. Tampouco questiona sua sinceridade e seus desejos de mudar a política e a imagem dos Estados Unidos. Compreende que ele lutou uma dura batalha para ser eleito, considerando os preconceitos de centenas de anos. Com base nisto, o presidente do Conselho Estadual de Cuba expressou sua disposição em dialogar com Obama e, com base no estrito respeito à soberania, normalizar as relaciones com os Estados Unidos. Às 14h30, o chefe de Interesses de Cuba em Washington, Jorge Bolaños, foi citado pelo subsecretário de Estado Thomas Shannon, no Departamento de Estado. Nada do que ele falou foi diferente do havia sido mostrado pela CNN. Às 15h15, teve início uma grande coletiva de imprensa. A essência do que foi dito lá está contida nas palavras do conselheiro presidencial para a América Latina, Dan Restrepo, que afirmou: ;Hoje o presidente Obama ordenou que sejam tomadas certas medidas, certos passos para estender a mão ao povo cubano, para apoiar seu desejo de viver com respeito aos direitos humanos e para poder determinar seu próprio destino e o destino de seu país. O presidente deu instruções aos secretários de Estado, Comércio e Tesouro para iniciar as ações necessárias a fim de eliminar todas as restrições sobre os indivíduos para poderem visitar seus familiares na ilha e enviar remessas de dinheiro. Ele também os instruiu a tomar medidas para permitir o livre fluxo de informação entre o povo cubano e os quem estão em Cuba e no resto mundo, e para facilitar a entrega de recursos humanitários enviados diretamente ao povo cubano. Ao tomar essas medidas para ajudar a reduzir a distância entre famílias cubanas divididas e promover o livre fluxo de informação e de artigos de ajuda humanitária para o povo cubano, o presidente Obama se esforça para cumprir os objetivos estabelecidos durante a campanha e desde que assumiu o cargo. Todos aqueles que crêem nos valores democráticos básicos querem uma Cuba que respeite os direitos humanos, políticos, econômicos, básicos, de todo o seu povo. O presidente Obama considera que estas medidas ajudarão a tornar esse objetivo realidade. O presidente incentiva todos os que compartilham esta vontade a permanecerem comprometidos com seu firme apoio ao povo cubano. Obrigado; Ao finalizar a conferência o assessor confessou com franqueza: ;Tudo isso é pela liberdade de Cuba;. Cuba não aplaude as erroneamente chamadas Cúpulas das Américas, onde os nossos países não discutem em igualdade de condições. Se serviram para algo, foi para fazer análises críticas de políticas que dividem nossos povos, saqueiam nossos recursos e impõem obstáculos ao nosso desenvolvimento Agora só falta Obama persuadir todos os presidentes latinoamericanos que o bloqueio é inofensivo. Cuba tem resistido e resistirá. Não estenderá jamais as suas mãos para pedir esmolas. Seguirá adiante com o rosto erguido, cooperando com os povos irmãos da América Latina e do Caribe, haja ou não Cúpulas das Américas, presida ou não Obama os Estados Unidos, um homem ou uma mulher, um cidadão branco ou negro.
Dias que não podem ser esquecidos Fidel Castro Publicado em 14 de abril de 2009 no site Cubadebate Há 48 anos, forças mercenárias a serviço de uma potência estrangeira invadiram sua própria pátria, escoltadas pela esquadra dos Estados Unidos, incluindo um porta-aviões e dezenas de aviões de ataque. Esta data não pode ser esquecida. A grande potência do Norte pode aplicar a mesma receita a qualquer país da latinoamericano. Já aconteceu várias vezes ao longo da história do nosso continente. Foi feita alguma declaração onde se prometa que esta ação nunca mais vai se repetir de forma direta ou por meio das próprias forças armadas dos países, como aconteceu na República Dominicana, Panamá, Guatemala, Chile , Argentina, Venezuela, entre outros? O ataque surpresa e desonesto de Girón nos custou mais de 150 vidas e deixou centenas de feridos graves. Gostaríamos de ouvir alguma autocrítica do poderoso país e a garantia de que isso nunca voltará a acontecer no nosso continente. Ontem, 13 de abril, se comemorou o sétimo aniversário do golpe de estado fracassado contra a Revolução na Venezuela. Para o bem da democracia e dos direitos humanos, precisamos de uma voz em Washington que nos diga que a Escola das Américas, especializada em golpes de Estado e torturas, será fechada para sempre. Não podemos nos esquecer que, até abril, governa em El Salvador o líder do Arena (Aliança Republicana Nacionalista), aliado oligárquico de Bush no genocídio no Iraque. Em um milhão de vidas humanas sacrificadas, há sangue suficiente para afogar todos os cúmplices. Por acaso ofendo ao recordar isto ou também está proibido, em nome da decência, da ingenuidade e da cumplicidade mencionar o tema? A medida de aliviar as restrições às viagens, em si, é positiva, apesar de mínima. É preciso muitas outras, inclusive a eliminação da assassina Lei de Ajuste Cubano, que se aplica exclusivamente ao nosso país. Gostaríamos que respondessem à pergunta se os privilégios migratórios usados para combater a Revolução Cubana e despojá-la de recursos humanos serão concedidos também a todos os latinoamericanos e caribenhos (que entrarem nos EUA). Mas tudo em Puerto España (Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago) será secreto. Será proibido escutar o debate e os pronunciamentos dos chefes de Estado e de governo. Mas de todas as formas será possível saber o que cada um deles falou. Não queremos ferir Obama nas menores coisas, mas ele será presidente durante um ou dois mandatos. Ele não tem responsabilidade sobre o que já ocorreu e tenho certeza de que ele não cometeria as atrocidades de Bush. Depois dele, no entanto, pode vir outro igual ou pior que seu antecessor. Os homens passam, as populações perduram. Existem outros problemas gravíssimos como as mudanças climáticas, e o presidente atual dos EUA está decidido a cooperar nesse problema vital para a humanidade. Devemos reconhecer isso. Por hoje basta. Não quero acrescentar nenhuma palavra mais.

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