postado em 15/04/2009 16:00
O fluxo de armas dos Estados Unidos para os cartéis de drogas no México é um "problema complicado" de conter, admitiu a Agência Antidrogas Americana (DEA), nesta quarta-feira (15/4), garantindo, porém, que os esforços estão sendo redobrados para compensar a situação.
"É um problema complicado", reconheceu o chefe do Programa de Inteligência da DEA, Anthony Placido, em uma entrevista coletiva.
A facilidade dos cartéis mexicanos para conseguir armas nos Estados Unidos é uma das principais reclamações do governo do presidente mexicano, Felipe Calderón, que receberá a visita de seu homólogo americano, Barack Obama, na quinta-feira (16/4).
Placido admitiu que não será possível "satisfazer plenamente nossos sócios no governo do México", porque nos EUA "a posse de armas não é, necessariamente, um crime, até que essas armas sejam introduzidas de forma ilegal no México".
No final de março, o governo de Obama anunciou um novo plano para estacionar 360 agentes adicionais na fronteira para focar na apreensão de drogas para os EUA e de armas e dinheiro, no sentido contrário.
Placido destacou que a DEA colabora ativamente com a agência de álcool, tabaco e armas de fogo, a principal encarregada de capturar armamentos.
"Existe uma troca de informação como nunca houve" para ser usada imediatamente e para se fazer a apreensão de armas, disse Placido, anunciando que novas tecnologias também estão sendo enviadas para a fronteira, com o objetivo de facilitar o trabalho.
Em julho, a DEA anunciou que começará a funcionar o quarto escritório da DEA no México, na cidade fronteiriça de Nogales, estado de Sonora (noroeste).
A agência já tem 11 escritórios em sua fronteira sul, e 30% de seus agentes estão destacados nessa região, disse o chefe de operações da DEA, Thomas Harrigan.
Ele ressaltou que a DEA rejeita a legalização da maconha, o que foi cogitado em um debate no México, que chegou ao Congresso.
"Estamos enfrentando criminosos impiedosos (...) e legalizar a maconha não vai nos ajudar (...) Essas pessoas não ficariam sem trabalho", comentou Placido, ressaltando que a legalização conseguirá apenas produzir "mais viciados".