postado em 16/04/2009 10:52
BOGOTÁ - A guerrilha colombiana das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciou nesta quinta-feira (16/04), em um comunicado na internet, que vai libertar unilateralmente o suboficial do Exército Pablo Emilio Moncayo, sequestrado há 11 anos.
"Anunciamos nossa decisão de libertar unilateralmente o cabo Pablo Emilio Moncayo e entregá-lo a uma comissão liderada pela senadora Piedad Córdoba e o professor Moncayo (pai do refém) uma vez que estejam organizados os mecanismos que garantam a segurança da operação", afirma o comunicado.
A nota, que anuncia a libertação unilateral de Moncayo, a sétima com esse caráter ao longo do ano, está assinada pelo Secretariado (direção) das Farc.
Com a libertação de Moncayo, após a de quatro membros da força pública e dois políticos, em fevereiro, "evidenciamos mais uma vez nossa decisão irreversível de alcançar o acordo humanitário sem mais adiamento e semear com certezas os caminhos que levem à solução política do conflito", diz o comunicado.
O grupo rebelde se referiu desta forma à sua proposta de trocar 22 uniformizados em seu poder, entre eles um general da Polícia (que atingiu esta patente em cativeiro), por 500 de seus militares presos, inclusive três nos Estados Unidos.
O cabo Pablo Emilio Moncayo foi sequestrado em 21 de dezembro de 1997 durante a tomada guerrilheira da base militar de Patascoy, no departamento de Nariño (fronteira com o Equador), quando tinha apenas 18 anos de idade.
Durante este ataque, 11 militares morreram e mais 18 foram sequestrados. Deles, somente Moncayo e o cabo José Libio Martínez permanecem em poder das Farc.
Gustavo Moncayo, pai de Pablo Emilio, vem realizando há dois anos passeatas em todo o país e, inclusive no exterior, para pedir a libertação de seu filho, convertendo-se em uma personagem emblemático dos familiares dos reféns.
Em 29 de março, também em um comunicado na internet, a direção do grupo rebelde anunciou que estava pronta para a troca humanitária e flexibilizou a condição de que o governo devia desmilitarizar um território do sudoeste do país para ali negociar a troca. "Estamos prontos para a troca de prisioneiros de guerra e dispostos a não fazer do local do diálogo um obstáculo, privilegiando a liberdade dos prisioneiros em poder das partes envolvidas", destacou o comunicado do Secretariado.
O governo do presidente Alvaro Uribe é contra a desmilitarização de dois municípios do departamento de Valle (sudoeste) que era até então uma das condições dos insurgentes para negociar a troca.