postado em 16/04/2009 12:01
HAVANA - O líder cubano Fidel Castro elogiou nesta quinta-feira (16/04) os militares americanos que pediram ao presidente Barack Obama a liberação das viagens dos americanos à ilha como primeiro passo para a o fim do embargo, e reiterou a disposição de Cuba ao diálogo.
"Agradecemos aos que escreveram a carta a Obama. Não tememos dialogar; não precisamos inventar inimigos; não tememos o debate de ideias; acreditamos em nossas convicções", afirma Fidel em um artigo publicado na imprensa local.
O ex-presidente citou parágrafos da carta - divulgados pela imprensa internacional - que 12 oficiais da reserva enviaram à Casa Branca na segunda-feira, mesmo dia em que Obama eliminou as restrições às viagens à ilha e ao envio de remessas. "Eles não acreditam que Cuba constitua uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos", afirma o líder comunista de 82 anos no artigo "Militares com critérios acertados".
"Os militares também sabem que nosso país é modelo de luta contra o tráfico de drogas, e que nunca de nosso território se permitiu ação terrorista alguma contra o povo dos Estados Unidos", acrescentou.
Ele destaca ainda que a carta dos militares, incluindo o czar antidrogas do governo de Bill Clinton, Barry McCaffrey, e o ex-chefe do Estado-Maior de Colin Powell, Lawrence B. Wilkerson, afirma que permitir aos americanos viajar a Cuba é um "importante primeiro passo para o fim do embargo".
Nesta quinta ainda, Obama pediu a Havana que envie um sinal de que acontecerão mudanças em Cuba para romper o gelo na relação entre os dois países, em uma entrevista ao canal CNN pouco antes de iniciar sua primeira visita à América Latina.
Obama pediu a libertação dos prisioneiros políticos da ilha e a permissão de liberdade de expressão para que possa acontecer "um degelo nas relações" entre Estados Unidos e o antigo inimigo comunista.
"Não esperamos que Cuba nos suplique. Ninguém está pedindo a ninguém que suplique. O que estamos buscando é algum sinal de que vão acontecer mudanças na forma como Cuba opera", disse Obama algumas horas antes de viajar para o México, para uma visita oficial.