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Acusado de atentados de Mumbai se nega a declarar e afirma que foi torturado

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postado em 17/04/2009 15:59
O julgamento dos atentados de Mumbai, praticados em novembro passado, começou de fato nesta segunda-feira, quando o suspeito paquistanês não quis se manifestar, alegando ter sido torturado no momento de fazê-lo, enquanto que a Procuradoria criticou uma "cultura do terrorismo" no Paquistão. Este julgamento incomum, cinco meses depois dos ataques contra a capital econômica indiana cometidos entre 26 e 29 de novembro (174 mortos, entre eles nove dos dez agressores), deverá determinar a culpa do paquistanês Mohamad Akhmal Amir Iman, chamado de "Kasab", acusado de ter praticado um massacre na estação da cidade. Iman, de 21 anos, é acusado de "desencadear uma guerra contra a Índia" e de "assassinato, de tentativa de assassinato, e de violações da legislação sobre as armas e os explosivos". Poderá ser condenado à morte. Nesta sexta-feira, o procurador Nikam criticou duramente o Paquistão, centro de uma investigação iniciada pela Índia depois do atentado, que a imprensa chamou de "11 de setembro da Índia". Segundo a Procuradoria, Iman integra um complô "meticulosamente preparado e impiedosamente executado" a partir do país vizinho. "Todas as pessoas acusadas, incluindo as que são procuradas ou as que morreram, são o produto de uma cultura estratégica do terrorismo", declarou Nikam. "Esta cultura terrorista penetrou muito profundamente no Paquistão, graças a organizações terroristas como a Lashkar-i-Taiba (LiT). Lá está institucionalizado, firmemente arraigado (...). O Paquistão se tornou de fato o berço do terrorismo", denunciou o procurador. Índia, Estados Unidos e Grã-Bretanha atribuem os atentados de Mumbai ao LiT, um grupo islâmico armado clandestino paquistanês, ativo na Caxemira. Nova Délhi denuncia também a cumplicidade dos serviços de inteligência militares paquistaneses (Inter-services intelligence, ISI), acusação que o LiT e Islamabad rejeitaram. O Paquistão admitiu que os ataques tenham sido preparados "em parte" em seu território, o que mostra, segundo a Índia, que o país vizinho é "o epicentro do terrorismo mundial".

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