postado em 19/04/2009 15:41
PORT OF SPAIN - A V Cúpula das Américas, concluída neste domingo (19/04), abriu a esperança de uma nova era nas relações com os Estados Unidos, mas o embargo de Washington a Cuba impediu uma declaração final unânime. "A declaração em si não tem a completa aprovação dos 34 países presentes. Alguns deles manifestaram suas reservas", declarou o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning, no encerramento da reunião continental.
"O documento que emerge é um documento de compromisso, que recebeu a aprovação de alguns e a desaprovação de outros. Concordamos em adotar este documento, já que ao adotá-lo, reconhecemos que não há unanimidade e sim um grande consenso sobre estas questões importantes", completou Manning.
A Cúpula foi o primeiro encontro do presidente Obama com os colegas latino-americanos e caribenhos. Para todos, o encontro continental pode marcar o início de uma nova era, depois de anos de falta de comunicação ou relações ruins com os Estados Unidos.
"Nunca havíamos assistido a uma cúpula com um nível de interação, franqueza e cordialidade que se sentiu em Trinidad e Tobago. Creio que estão estabelecidas as bases para relançar uma nova etapa nas relações hemisféricas", declarou o presidente mexicano Felipe Calderón.
O chefe de Governo do país anfitrião foi o responsável de assinar o documento final com o mandato de todos os líderes presentes, que não chegaram a um acordo sobre todos os pontos, mas quiseram mostrar um consenso, fruto do ambiente construtivo e cordial durante o encontro. "O documento teve o consenso independentemente de não ter sido unânime em todo o seu conteúdo", explicou Calderón.
Entre os argumentos para a não aprovação unânime do documento estão a questão do embargo a Cuba, a escassa presença no documento da crise econômica mundial e até mesmo discussões sobre quais países são democráticos e quais não são.
Países como Bolívia e Venezuela, integrantes da Alternativa Bolivariana das Américas (Alba), já haviam anunciado que não assinariam a declaração final, entre outros motivos por solidariedade a Cuba, que não é mencionada no texto, está excluída da Organização dos Estados Americanos (OEA) e submetida a um embargo americano desde 1962.
"Apesar de existirem pontos divergentes, o espírito foi construtivo e de respeito. A cúpula abriu um novo capítulo nas relações hemisféricas", declarou o presidente do Panamá, Martín Torrijos.