postado em 19/04/2009 16:16
PORT OF SPAIN - O presidente Barack Obama admitiu neste domingo (19/04) que meio século de políticas americanas para Cuba "não funcionaram", mas afirmou que não acontecerão mudanças rápidas.
"Estas políticas de Washington para Cuba não funcionaram como nós desejávamos, já que o povo cubano não é livre", reconheceu Obama, em uma entrevista coletiva ao fim da V Cúpula das Américas. No entanto, ele ressaltou que a política americana para Havana "não mudará da noite para o dia". "Temas como os dos prisioneiros políticos, liberdade de expressão e democracia são importantes, e não podem ser deixados de lado", explicou o presidente americano, dando a entender que espera ações de Havana neste sentido.
Cuba e Venezuela, assim como os Estados Unidos, devem mostrar "não simples palavras, mas também fatos" se desejam melhorar as relações, afirmou também o presidente Barack Obama.
Ao destacar "sinais positivos" nas relações de Washington com os dois países latino-americanos, muito críticos da política americana, Obama ressaltou que os sinais devem ser apoiados por ações. "A prova para todos nós não são simples palavras, mas também fatos", afirmou Obama em relação a Havana e Caracas.
Mais cedo, o principal conselheiro econômico de Obama, Lawrence Summers, afirmou que acabar com o embargo americano a Cuba não é uma tarefa para amanhã, apesar da suavização sem precedentes na retórica entre os dois países.
Obama afirmou no encontro continental que está pronto para o diálogo com Cuba após meio século de crise entre Washington e Havana. Pouco antes de viajar a Trinidad e Tobago, Obama acabou com as restrições às viagens e às remessas dos cubano-americanos para a ilha. Mas a Casa Branca reiterou no sábado que agora os anúncios devem partir de Cuba e que Obama espera medidas de reciprocidade, sobretudo em termos de direitos humanos e de libertação de presos políticos.