postado em 20/04/2009 20:20
Sob pressão do governo do presidente Barack Obama, as mudanças climáticas tornaram-se uma prioridade para o Congresso dos Estados Unidos, que nesta semana inicia os debates com o objetivo de elaborar uma lei sobre "energia limpa".
Obama, que deverá participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, entre 7 e 18 de dezembro, quer mostrar ao mundo que os Estados Unidos tomaram consciência do que está em jogo.
Após duas semanas de recesso, o Congresso analisará o tema depois que o governo Obama decidiu mudar o rumo da política ambiental nacional.
Na sexta-feira, a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) declarou "perigosas" para a saúde pública as emissões de gases do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).
Com a decisão, a Casa Branca pressiona o Congresso a adotar uma lei antes do final do ano.
"O Congresso trabalha em uma solução conjunta para as mudanças climáticas, e eu me comprometi a apresentar uma lei sobre energia limpa este ano", escreveu na sexta-feira o presidente à Câmara dos Representantes em um comunicado.
Como primeira etapa, a comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes examina o tema de terça a sexta-feira. Seu presidente, o democrata Enrique Waxman, é autor ao lado de Ed Markey de um primeiro projeto do futuro texto da lei.
O ambicioso projeto prevê uma redução escalonada das emissões de gases do efeito estufa: de 20% em relação a 2005 até 2020, de 42% antes de 2030 e de 83% até 2050.
Além disso, aponta para a criação de um mercado federal de cotas de emissões de gases do efeito estufa, chamado "cap and trade", para obrigar os que mais poluem a optar por alternativas mais verdes.
Resta definir as modalidades de aplicação das cotas. Alguns defendem "licenças de contaminação" gratuitas para as indústrias mais vulneráveis, como as do aço e do vidro.
Mas a batalha no Congresso se anuncia dura, já que os republicanos e, inclusive, alguns representantes democratas de estados industriais ou produtores de energia já questionaram o sistema de "cap and trade".