postado em 21/04/2009 10:16
JERUSALÉM - Os israelenses pararam nesta terça-feira (21/04) por dois minutos ao som das sirenes para recordar as seis milhões de vítimas do Holocausto nazista, indignados pela diatribe do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad contra o Estado hebreu na segunda-feira em uma conferência da ONU sobre racismo. Às 10h locais, os pedestres interromperam os passos e os motoristas desceram de seus veículos.
A principal cerimônia do Dia do Holocausto acontece no Memorial Yad Vashem de Jerusalém. No Parlamento e nas escolas serão lidos os nomes das vítimas. A recordação é marcada neste ano pelo discurso de Ahmanidejad contra Israel na abertura, segunda-feira em Genebra, da Conferência sobre o Racismo, chamada de "Durban II", que não tem a participação do Estado Hebreu justamente pela presença iraniana.
Ahmadinejad, cujo país desenvolve um polêmico programa nuclear, já ameaçou "apagar Israel do mapa" e considera o Holocausto um "mito". Na segunda-feira ele acusou os ocidentais de terem enviado "emigrantes da Europa, Estados Unidos e do mundo do Holocausto para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada". Também acusou Israel de ter "privado de terras uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judaico".
A imprensa israelense denuncia unanimemente o ódio de Ahmadinejad e cita uma frase do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu: "Não permitiremos que os que negam o Holocausto cometam um segundo".
O presidente israelense, Shimon Peres, afirmou que a conferência "avalizou o racismo ao invés de combater o mesmo". Também denunciou "os que atacam o único país no mundo criado para servir de refúgio aos sobreviventes do Holocausto, o único país que impedirá outro (Holocausto)".
Durante o discurso de Ahmadinejad, os 23 embaixadores da União Europeia (UE) presentes abandonaram a sala em sinal de protesto. A República Tcheca, que atualmente preside a UE, decidiu se retirar definitivamente da conferência.
Israel convocou para consultas seu embaixador na Suíça para protestar contra a recepção oferecida pelo presidente suíço Hans-Rudolf Merz a Ahmadinejad e criticou a reunião do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, com o iraniano.