postado em 22/04/2009 17:18
A justiça de Caracas ditou nesta quarta-feira (22/4) ordem de detenção preventiva contra o líder da oposição, Manuel Rosales, acusado de corrupção e que está atualmente em Lima, onde pediu asilo político, informou o Ministério Público em comunicado.
A decisão foi assinada pela juíza Reina Morandy, do 19º tribunal de Caracas, que já transmitiu sua determinação à Interpol, à Polícia científica venezuelana e ao escritório nacional de estrangeiros (Onidex).
"A ordem judicial deve ser aplicada para garantir a presença do réu", diz a nota. Rosales, que foi candidato a presidente em 2006 e é atualmente prefeito de Maracaibo (oeste).
O político devia se apresentar em 20 de abril passado ante um tribunal de Caracas, que ia decidir se aguardava em liberdade ou em prisão preventiva o julgamento por suposto enriquecimento ilícito, crime que poderia condená-lo entre três e dez anos de prisão.
O Ministério Público explicou nesta quarta-feira que a ordem de detenção foi decidida, além disso, porque Rosales "não assistiu à audiência preliminar e atualmente está no Peru".
Segundo o Ministério Público, este crime teria sido cometido entre 2002 e 2004 quando Rosales era governador de Zulia, estado cuja capital é Maracaibo.
Nesta quarta, o ministro do Interior e Justiça venezuelano, Tarek El Aissami, lembrou que quando não se apresentou à audiência de 20 de abril passado, Rosales passou a ser foragido.
Em um pronunciamento realizado nesta quarta-feira, em Lima, o político reivindicou sua inocência e chamou o presidente Hugo Chávez de "covarde".
No fim de outubro, em plena campanha pelas eleições regionais, Chávez acusou Rosales de ter intenções de matá-lo e disse que havia proposto "prendê-lo".
"Chávez, em sua obsessão de colocar as mãos em Zulia, decreta 'Manuel Rosales preso' (...) Sou vítima de uma perseguição ordenada por Chávez", disse Rosales.
Rosales também anunciou que daria prosseguimento à luta para "libertar" seu país das "mãos ensanguentadas do covarde presidente Hugo Chávez, cheias de ódio, manipulação e destruição".
"Hoje, com mais força e veemência, queremos dizer ao povo venezuelano que continuamos a luta", disse em uma entrevista divulgada pelo Canal N de televisão, em Lima.
"Estamos mais decididos a lutar, a enfrentar este regime totalitário, que pisoteia e esmaga a Constituição Bolivariana, que persegue os que foram eleitos governadores e prefeitos", acrescentou.
Omar Barboza, secretário-geral do partido "Um Novo Tempo" (social-democrata), anunciou em uma entrevista coletiva à imprensa na segunda-feira que a decisão do prefeito de solicitar asilo político obedece à intenção de "continuar percorrendo o caminho democrático", pois de outra forma Rosales teria que passar por uma situação de clandestinidade.