postado em 22/04/2009 18:08
MADRI - As autoridades espanholas autorizaram, pela primeira vez, a seleção de embriões em tratamentos de fertilidade, para evitar que os futuros indivíduos tenham câncer, informaram fontes do ministério da Saúde.
A Comissão Nacional de Reprodução Humana Assistida autorizou este tipo de seleção para evitar dois casos precisos: um futuro câncer de mama ou de tireóide.
"É um dia histórico para a saúde", afirmou o secretário-geral da Saúde, José Martínez Olmos, para quem as duas decisões são "portadoras de esperanças para famílias que enfrentam problemas importantes de saúde".
Ele completou que decisões deste tipo serão adotadas caso por caso e do ponto de vista científico.
A Comissão Nacional aprovou o uso da técnica para que um casal possa ter uma filha livre de mutações genéticas que predispõem o câncer de mama, os BRCA1 e BRCA2.
O segundo caso autorizado pretende evitar um tipo de câncer de tireóide, induzido de maneira "familiar" pelos genes herdados dos pais.
Setores conservadores e católicos espanhóis rejeitam energicamente este tipo de seleção genética, que qualificam semelhante ao aborto.
Em outubro passado, a influente hierarquia católica espanhola reagiu negativamente ao anúncio do primeiro bebê espanhol selecionado geneticamente para curar seu irmão mais velho, vítima de uma grave forma de anemia congênita.
O diagnóstico pré-implantatório (DPI) consiste em retirar uma célula do embrião quando este tem três dias, para analisá-la e determinar se há algum problema genético. Se este for o caso, é utilizado outro embrião.
Em janeiro passado, uma britânica deu a luz, pela primeira vez, a um bebê decorrente de um DPI para evitar a predisposição ao câncer de mama.
Na Europa, o DPI está proibido na Alemanha, Áustria, Itália e Suíça, mas é autorizado na Bélgica, Dinamarca, Espanha e Reino Unido.