postado em 27/04/2009 11:08
WASHINGTON, 27 abril 2009 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vê um resquício de luz para a maior economia do mundo depois de anunciar um grande pacote de estímulo e determinar reformas de longo alcance em seus primeiros 100 dias de governo.
A recuperação econômica é a peça central da jovem presidência do líder democrata, o ponto de referência pelo qual sua administração será julgada, já que os Estados Unidos enfrentam a recessão mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.
"Ainda há sérios problemas nesta economia", afirmou o assessor econômico da Casa Branca, Larry Summers, em entrevista no sábado ao canal Fox News.
"Porém, ambas se referem ao aspecto financeiro. Com relação à renda, as medidas que adotamos, acredito que são muito fortes e dão uma perspectiva de conter uma situação muita séria", acrescentou.
Até o momento, a população permanece ao lado dele, apesar do índice de desemprego ter alcançado o maior nível em 25 anos, dos números espantosos de execuções de residências e um déficit orçamentário que deve chegar, em 2009, a quase dois trilhões de dólares.
Obama reconheceu na semana passada, durante uma reunião de gabinete, a escala sem precedentes da intervenção do governo federal desde sua posse em 20 de janeiro.
"Tivemos que dar passos extraordinários para levar adiante nosso sistema financeiro e enfrentar uma crise econômica sem precedentes, e como consequência tivemos que gastar uma significativa quantidade de dinheiro", declarou o presidente.
"Era o que tinha que ser feito", completou, antes de ordenar ao governo o corte de US$ 100 milhões do orçamento federal em um prazo de 90 dias, uma quantia que os republicanos consideram uma mera gota no oceano.
Mas os cada vez mais intensos ataques do partido opositor contra Obama ainda não têm ressonância com o público.
Uma pesquisa da CNN/Opinion Research Corp. mostra que 58% dos entrevistados acreditam que o presidente tem um plano claro para enfrentar a recessão, bem mais que o dobro dos 24% que pensavam o mesmo dos republicanos.
Antes da posse de Obama, somente 19% dos entrevistados afirmavam que o país estava no caminho correto. Agora o número chega a 50%, segundo uma pesquisa divulgada no domingo pelo Washington Post-ABC News.
"Para os americanos, a maior conquista de Obama até o momento está relacionada à economia americana, seja o plano de estímulo econômico ou os resgates à indústria, em especial, como as melhorias na economia em geral", afirma uma nota do instituto Gallup.
Sempre destacando a desastrosa situação herdada do presidente George W. Bush, Obama aponta agora indícios de recuperação que aparecem em dados sobre a venda de casas, contrução imobiliária e gastos de consumo.
"De nenhuma maneira saímos da floresta. Mas de onde estamos, pela primeira vez, estamos começando a ver uma luz de esperança", afirmou em um discurso no dia 14 de abril.
A chave da estratégia de recuperação de Obama é o pacote de estímulo de 787 bilhões de dólares aprovado em fevereiro.
O anúncio do estímulo e das políticas derivadas demonstram o alcance da ambição de Obama de levantar a economia americana: desde acabar com a dependência de petróleo externo do país até buscar uma programa de saúde com alcance universal, passando pela maior regulamentação de Wall Street.