postado em 28/04/2009 15:52
O risco de pandemia de gripe suína suscita preocupação em todo o mundo, mas também aumenta o faturamento de algumas empresas, sobretudo as que fornecem máscaras e luvas esterilizadas.
Na Ásia e na Europa, as consequências da epidemia de gripe suína podem se revelar benéficas para algumas atividades.
Na Bolsa suíça, o gigante farmacêutico Roche foi um dos raros títulos a registrar uma valorização ( 1,38%, a 146,50 francos), graças ao aumento potencial das vendas de sua vacina Tamiflu, eficiente contra a gripe suína. Contudo, o grupo ainda não recebeu qualquer demanda da Organização Mundial da Saúde (OMS) para disponibilizar seus estoques de antigripal.
Na Bolsa de Londres, o grupo britânico GlaxoSmithKline (GSK), que produz o antigripal Relenza, perdeu 1,48%, estabelecendo-se a 1.048 pence. Já na Bolsa de Kuala Lumpur, as ações dos fabricantes de luvas de látex Top Glove e Latexx ganharam, respectivamente, quase 12% e 8,8% na segunda-feira. Hoje, o título da Latexx subiu mais 8,8%.
"Os investidores apostam nesses fabricantes de luvas porque estão convencidos de que eles vão se beneficiar com a pandemia, como foi o caso em 2003", comentou um corretor na Bolsa da Malásia.
A Ásia ainda está traumatizada com a crise da pneumonia atípica (SRAS) que surgiu em novembro de 2002 na província chinesa de Guangdong (sul) antes de deixar mais de 800 mortos em todo o mundo, 350 deles na China.
No mesmo ano, o vírus altamente patogênico da gripe aviária, o H5N1, apareceu na Ásia e matou mais de 250 pessoas, a maioria no sudeste asiático.
Na Bolsa de Sydney, as ações do laboratório Rockeby Biomed, que desenvolveu um "teste rápido" da gripe A (da mesma família que a gripe suína), aumentaram 78% somente nesta terça-feira.
Os investidores "compraram com convicção", observou Chris Weston, analista da IG Markets.
"Os títulos das empresas que dependem da evolução da situação sanitária aumentaram muito", acrescentou.
Assim, as ações da companhia farmacêutica Biota recuaram 3,2% nesta terça-feira, mas unicamente por causa das tomadas de benefícios depois de ter registrado na véspera um aumento de quase 80%.
Na China, os investidores também se voltaram para empresas farmacêuticas ou ligadas à saúde animal, suscetíveis de lucrar com a epidemia de gripe suína.
O título da China Animal Husbandry Industry, que fabrica produtos para a saúde animal, ganhou mais de 5% nesta terça-feira, depois de subir 10% na véspera.
A empresa farmacêutica Inner Mongolia Jinyu Group também registrou uma alta de 10% na segunda-feira.
Na Índia, o Cipla, que produz a versão genérica do antiviral Tamiflu, se disse nesta terça-feira disposto a fornecer 1,5 milhão de doses. Cipla e o outro laboratório indiano, Ranbaxy, já tinham fornecido antiviral a vários países asiáticos durante a epidemia de gripe aviária em 2006.