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Infectologista chinês não descarta controle do vírus H1N1

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postado em 29/04/2009 07:00
"Isso é um buraco negro" Assim o chinês Yi Guan, professor e diretor do Laboratório de Doenças Infecciosas Emergentes da Universidade de Hong Kong, definiu o vírus H1N1, causador da gripe suína. Em entrevista exclusiva ao Correio, ele falou sobre o risco representado pela doença e sobre as opções para deter as infecções. Por que tantas pessoas morreram no México, enquanto nenhum outro país registrou casos fatais? Ainda não sabemos porque casos fatais de gripe suína foram observados apenas no México. Normalmente, no estágio inicial após a transmissão entre espécies ; isto é, de animais para homens ;, o vírus é relativamente mais virulento para humanos. Depois da transmissão entre a população humana por algum tempo, a virulência do vírus pode cair ou se tornar moderada. Isso está ligado com a evolução do vírus e a adaptação em um novo hospedeiro, e está associada também ao nível de imunidade dos hospedeiros. Ainda não sabemos quando as autoridades do México ficaram cientes do surgimento deste novo vírus, ou se ele foi completamente detectado pelo CDC. Isso é um buraco negro! Até que ponto o H1N1 é uma ameaça em potencial para a comunidade internacional? O que o torna tão agressivo? O vírus já se espalhou para muitos países neste momento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mudou o nível de alerta pandêmico para 4, o que sugere que é uma ameaça real para a comunidade internacional. Este vírus pertence ao vírus de influenza de baixa virulência para galinhas, em comparação com o H5N1, da gripe aviária. Este último é muito mais virulento ao homem do que a gripe suína. O principal gene da gripe suína, o gene de hemaglutinina, foi derivado de um vírus presente nos porcos há mais de 90 anos. Por isso, a doença é chamada de gripe suína. O que é possível fazer para deter a disseminação do vírus? Ainda não é impossível conter este vírus no atual estágio, ainda que ele tenha se expandido para vários países. Precisamos acompanhar os desdobramentos da doença nos próximos dias: se o número de casos nos EUA vai aumentar dramaticamente; se aqueles casos em outros países têm sido transmitidos para outras pessoas; se os infectados do México realmente começaram a reduzir de número. É recomendável interromper viagens a essas regiões afetadas.

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