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Banco Mundial diz que alarde sobre gripe suína é contraproducente

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postado em 29/04/2009 18:58
O diretor do Departamento de Saúde do Banco Mundial para a América Latina, Keith Hansen, pediu nesta quarta-feira (29/4) rapidez das autoridades na atuação contra o surto de gripe suína, com embasamento científico e sem exageros. "Todos precisamos reagir de forma adequada e com base nos exames existentes. Reagir de forma exagerada ou adotar medidas que não se baseiam na ciência ou nos dados é contraproducente", disse. Hansen destacou que as epidemias passadas evidenciaram que, quanto mais "rápido e mais decididamente se atuar", melhores serão os resultados obtidos na hora de limitar o alcance do surto. Isso explica, segundo ele, o fato de as autoridades adotarem medidas drásticas na fase inicial, mas insistiu que, "na maioria dos casos, (os surtos) são menos aterrorizadores do que se pensou no começo". Hansen destacou que, por enquanto, a gripe suína "afeta um número relativamente pequeno de pessoas em um número relativamente pequeno de países", e ressaltou que "definitivamente não é uma pandemia". A OMS (Organização Mundial de Saúde) elevou, no entanto, para grau 5 o alerta da gripe suína, em escala que vai de 1 a 6. Isso significa que, agora, é iminente uma pandemia (epidemia de vasto alcance geográfico, talvez global). "Toda a humanidade está sob ameaça em uma pandemia", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. O diretor do Banco Mundial afirmou que o mais importante para os países afetados é que as autoridades sanitárias se comuniquem de forma transparente e regular com a população. Ele recomendou aos governos que ofereçam "informação pontual e que se assegurem que as pessoas estejam alertas, mas não alarmadas". Além disso, Hansen disse acreditar que ainda é cedo para prever o impacto econômico da doença, "que dependerá muito do alcance, da natureza e da duração da epidemia ou da pandemia, caso chegue nesse estágio". O presidente do Banco do México (banco central), Guillermo Ortiz, reconheceu hoje que a gripe suína terá um "impacto negativo" sobre a economia mexicana. Ele afirmou que, se a epidemia não se prolongar muito, os efeitos econômicos da doença "não serão tão grandes e haverá uma recuperação rápida". Ortiz prevê um panorama melhor para a segunda metade deste ano.

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