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Controle reforçado nos aeroportos

Medidas preventivas são estendidas a todos os voos internacionais que chegam ao país. Casos suspeitos sobem para quatro e outros 42 pacientes estão sob observação

postado em 01/05/2009 08:19
Mesmo sem a confirmação de nenhum caso de gripe suína no Brasil, o governo federal mantém a estratégia da prevenção e estendeu desde ontem a todos os 800 voos internacionais que chegam diariamente ao país os procedimentos adotados desde o início da semana para os países onde já foi atestada a presença do vírus H1N1. As medidas incluem intensificação da vigilância em passageiros que desembarcam com algum sintoma da doença e mais rigor nas normas de limpeza dos aviões. Antes da elevação do nível internacional de emergência de 4 para 5, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rastreava apenas as aeronaves procedentes do México, Canadá e Estados Unidos. A norma passa a valer também para as embarcações que chegam ao Brasil. À tarde, o Ministério da Saúde informou que o país tem agora quatro casos considerados suspeitos ; três em Minas Gerais e um em São Paulo ; e 42 em observação. A Anvisa estendeu as precauções às rotas nacionais que transportam passageiros que fazem conexão para o exterior. ;Apesar de não ter sido identificado nenhum caso em Brasília, decidimos intensificar a vigilância nas rotas nacionais que integram conexões com todos os países;, afirmou José de Lima Dias, coordenador da Anvisa no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. ;Qualquer passageiro proveniente dessas rotas e com alguns sintomas da gripe suína é entrevistado pelos técnicos da Anvisa. A higienização das aeronaves também está mais rigorosa. Os auxiliares de limpeza usam luvas, máscaras e sapatilhas;, observou Dias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o tom confiante e afirmou que o governo brasileiro está trabalhando para que a gripe suína não chegue. Ele espera que a doença fique concentrada no México e nos Estados Unidos. ;Nós temos tomado todos os cuidados para evitar que essa gripe chegue ao Brasil. Não sabemos se vai chegar. Até agora, o Brasil não tem nenhum caso constatado;, insistiu. Apesar da crise financeira internacional e da queda de arrecadação, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, garantiu que a equipe econômica acompanha de perto a situação e, se for necessário, fará ajustes no Orçamento de 2009 para atender às demandas do Ministério da Saúde. ;Se surgir problema, vamos arrumar dinheiro, vamos dar um jeito. Não sei se por melhora na receita ou se vamos cortar dinheiro de outra área. Não vamos vacilar: há um estado de alerta e de vigilância. Nós não temos concretamente nada, mas estamos em alerta;, destacou. Bernardo lembrou que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, não formalizou pedido de recursos suplementares. Diagnóstico O Brasil, como a maioria dos países, só tem condições de identificar a presença do vírus influenza (gripe comum) e o tipo do vírus (A, B ou C), mas não para distinguir o subtipo causador da novo tipo de gripe e a cepa. Hoje, os exames nacionais são feitos por eliminação de hipótese, o que ainda não garante a confirmação da gripe suína. ;Sem o sequenciamento genético, os reagentes e as amostras do vírus, não vamos confirmar nenhum caso;, explicou Eduardo Hage, diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. Segundo Hage, o sequenciamento genético só foi disponibilizado ontem, devido a um erro do Centro de Controle de Doenças, dos EUA. "Mas no máximo em 10 dias teremos plenas condições de realizar o exame". Ouça entrevista com Eduardo Hage

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