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Avanço do Exército paquistanês encontra forte resistência talibã

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postado em 01/05/2009 14:24
PESHAWAR - A ofensiva militar no noroeste do Paquistão enfrentava nesta sexta-feira (01/05) a forte resistência dos islamitas talibãs, que, segundo o Exército, perderam entre 55 e 60 combatentes nas últimas 24 horas. Os combates, no entanto, não impediram a retomada do diálogo entre o governo e os negociadores de um polêmico cessar-fogo com os insurgentes. Os militares bombardearam as posições talibãs, no sexto dia de uma ofensiva aérea e terrestre ordenada sob pressão dos Estados Unidos, preocupados com o avanço islâmico a até 100 km de Islamabad, capital do país. O secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, pediu na quinta-feira ao Congresso a aprovação "o mais rápido possível" da concessão extraorçamentária de ajuda militar ao Paquistão, um país-chave na estratégia de Washington para derrotar os talibãs no vizinho Afeganistão. O porta-voz do Exército, major Athar Abas, indicou que entre 55 e 60 talibãs haviam morrido nas últimas 24 horas e que "a operação é mantida com êxito". Segundo informações das Forças Armadas, cerca de 200 talibãs morreram desde o início da operação Raio Negro nos distritos do Baixo Dir e de Buner. Essas informações não foram confirmadas por fontes independentes. O governo paquistanês aceitou em fevereiro a imposição da lei islâmica (sharia) no Vale do Swat, em troca de um cessar-fogo com a rebelião liderada pelo maulana (chefe religioso) Sufi Fazlulah. Mas os talibãs não se desarmaram e, no início de abril, 500 milicianos entraram no Baixo Dir e em Buner, impuseram a sharia e aterrorizaram a população, o que levou o governo a iniciar a atual ofensiva. No início desta sexta-feira, cerca de 60 talibãs invadiram um quartel do distrito do Alto Dir, próximo ao Vale do Swat, e sequestraram 10 paramilitares, que foram libertados 13 horas depois. "Eles foram libertados sem condições", disse o chefe da Polícia de Dir, Ijaz Ahmed. Os talibãs sequestraram dezenas de membros das forças de segurança e seus atentados no Paquistão deixaram, no ano passado, cerca de 2.300 mortos, de acordo com dados de especialistas norte-americanos em contraterrorismo. A operação Raio Negro é uma prova de fogo para o presidente Asif Ali Zardari, que jurou nesta semana não deixar o arsenal nuclear paquistanês cair nas mãos dos insurgentes.

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