Mundo

Sobe para 14 o número de pacientes com suspeita de gripe suína no Brasil

;

postado em 03/05/2009 08:29
Diante do aumento expressivo de casos confirmados do vírus H1N1 nas últimas 48 horas ; ele já foi detectado em 16 países ; e da ampliação das áreas afetadas pela doença para quase todos os continentes, o governo brasileiro mudou os critérios para diferenciar pacientes em monitoramento e suspeitos, na tentativa de reforçar a vigilância e barrar a propagação da gripe suína. A alteração fez dobrar o número de casos suspeitos no país, de sete para 14. Com isso, os pacientes monitorados caíram de 41 para 37. Os casos descartados saltaram de 17 para 38. Nenhuma das pessoas enquadradas nos critérios clínicos de caso suspeito está em estado grave, segundo o Ministério da Saúde.

A partir desse sábado (02/05), passaram a ser classificados como suspeitos os casos de pacientes que chegaram de qualquer área dos países com presença confirmada do vírus, desde que eles apresentem sintomas de gripe ou que tenham tido contato próximo com pessoas infectadas. Até anteontem, o ministério encaixava nessa categoria apenas os passageiros que vinham de áreas específicas afetadas.

Em virtude da mudança, as pessoas que apresentarem sintomas compatíveis com o quadro da doença e que sejam provenientes de países não afetados também passaram a ser monitoradas. Aprovadas anteontem pelo Gabinete Permanente de Emergências, as novas regras já foram aplicadas no boletim divulgado no início da tarde. ;Apesar de o Brasil ainda não ter confirmado nenhum caso, decidimos elevar o alerta e a vigilância aos passageiros que desembarcam em todos os aeroportos;, anunciou Eduardo Hage, diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.

A mudança de critérios para definição dos casos de gripe suína vem acompanhada da distribuição de mais 700 mil panfletos nos terminais aéreos mais movimentados do país. No início da semana foram confeccionados e entregues 300 mil folders nos aeroportos.

Prontidão
Todo o sistema de saúde do Brasil, segundo Hage, está preparado para enfrentar a gripe suína. ;A partir da detecção do primeiro caso no território nacional, vamos tratar os doentes e trabalhar para que não haja propagação;, comentou o diretor de Vigilância Epidemiológica. Ele garantiu que os kits com os reagentes e amostras para o diagnóstico do vírus podem chegar a qualquer momento. O material permite que o resultado fique pronto em no máximo três dias. Hoje, o diagnóstico disponível no país permite a confirmação da doença no prazo de 10 a 15 dias. ;Isso porque é realizado pelo critério de eliminação, não por confirmação;, observou. Os kits serão entregues aos institutos Adolfo Lutz (SP), Oswaldo Cruz (RJ) e Evandro Chagas (PA).

Desde o sábado passado, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou o alerta mundial sobre a nova gripe, o gabinete realiza reuniões diárias na sede do Ministério da Saúde para acompanhar os casos suspeitos e definir normas adequadas para evitar a disseminação da doença no Brasil. O grupo é integrado por representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e dos ministérios da Saúde, das Relações Exteriores, da Aeronáutica, e da Agricultura.

De acordo com o boletim divulgado ontem, os casos suspeitos estão sendo investigados em São Paulo (6), Rio de Janeiro (4), Minas Gerais (3) e Espírito Santo (1), todos na Região Sudeste. Os 37 casos monitorados pelo Ministério da Saúde se distribuem pelos estados do Espírito Santo (4), Minas Gerais (4), Rio Grande do Norte (4), Santa Catarina (4), Bahia (3), Paraná (3), Amazonas (2), Mato Grosso do Sul (2), Paraíba (2), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (2) e São Paulo (2), seguidos por Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com um caso em cada estado.

Reunião sul-americana
Está confirmada para esta segunda-feira ao meio-dia uma teleconferência com representantes das autoridades de saúde dos países integrantes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O encontro virtual, que será centralizado em Brasília na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), deve servir ao intercâmbio de informações e experiências. Os participantes discutirão estratégias conjuntas para conter o H1N1 no continente. ;Dependendo da necessidade e do aumento da propagação da doença, vamos propor a realização de uma reunião com todos os ministros de Saúde da América do Sul aqui em Brasília, na próxima semana;, confirmou Hage. A ideia do encontro com os países da Unasul foi proposta por Temporão.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação