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OMS alerta que o mundo não deve baixar a guarda contra a gripe suína

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postado em 04/05/2009 10:02
GENEBRA - A diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta segunda-feira aos países que não baixem a guarda contra a gripe suína, que infectou quase 1.000 pessoas em todo o planeta, apesar das análises demonstrarem que o vírus parece menos letal do que se temia e do México, epicentro da doença, afirmar que está superando a situação de emergência. "No momento estamos em uma fase muito inicial da nova doença e nossa obrigação é manter a atenção, não perdê-la de vista e não deixar que nada escape", advertiu Margaret Chan, diretora da OMS, em uma entrevista ao jornal espanhol El País. "Neste momento, o vírus está sendo leve na maioria dos países, mas ainda não vimos todo o espectro da doença". "A situação está evoluindo e o vírus está mudando. Os vírus da gripe são muito imprevisíveis, muito trapaceiros; não podemos confiar", alertou. Alerta ao hemisfério sul Em outra entrevista, ao jornal britânico Financial Times, Margaret Chan pede atenção aos países do hemisfério sul. "Nos países do hemisfério sul está começando o inverno e esta é uma estação na qual são registrados picos de gripe sazonal. E temos que ser muito cuidadosos. Ninguém pode prever nem dizer agora o que vai acontecer quando os países do sul tiverem picos de gripe, e esta nova chegar, e isto vai ocorrer, sem dúvidas". A OMS confirmou nesta segunda-feira a existência de 985 casos de gripe suína em 20 países, incluindo 590 casos no México, com 25 mortes, e 226 nos Estados Unidos, um deles fatal. Os outros países com casos confirmados, nenhum deles fatal, no balanço oficial da OMS são Canadá (85), Espanha (40), Grã-Bretanha (15), Alemanha (8), Nova Zelândia (4), Israel (3), França (2), El Salvador (2), Colômbia, Áustria, Holanda, Suíça, China (Hong Kong), Dinamarca, Coreia do Sul, Costa Rica, Irlanda e Itália. Os dados da OMS diferem com frequência dos números divulgados pelos países, já que a organização realizada os próprios controles de verificação. A OMS elevou recentemente o nível de alerta para 5, em uma escala que vai até 6, pelo risco de que a gripe A(H1N1) se transforme em pandemia. "Mas o nível 6 não quer dizer, em absoluto, que nos aproximamos do fim do mundo. É importante esclarecer isto, porque em caso contrário, quando anunciarmos o nível 6, causaremos um pânico desnecessário", declarou Margaret Chan. Ao mesmo tempo, no México, país mais afetado pela doença e cuja capital está paralisada há mais de uma semana, o presidente Felipe Calderón afirmou na noite de domingo que o país está em condições de "superar razoavelmente" a epidemia de gripe suína e que grande parte das actividades suspensas poderão ser retomadas na quarta-feira. No entanto, pediu a manutenção das medidas de prevenção para evitar o contágio. O ministro mexicano da Saúde, José Angel Córdova, declarou no domingo que a epidemia está em fase de declínio, já que o último caso fatal foi registrado no dia 29 de abril. Restrições da China ao México O México enfrenta ainda uma crise diplomática com a China, depois que o país asiático colocou em quarentena 70 cidadãos mexicanos, apesar de nenhum deles apresentar sintomas de gripe suína. O primeiro caso de contaminação pelo vírus A(H1N1) na Ásia foi o de um mexicano que chegou a Hong Kong via Xangai. A OMS manifestou apoio às medidas adotadas por Pequim. O governo do México, que criticou as medidas adotadas pela China com seus cidadãos e a suspensão dos voos entre o país e Xangai, pretende enviar um avião a Pequim para repatriar os mexicanos que desejarem. As autoridades chinesas negaram uma discriminação relacionada aos mexicanos e que se trata apenas de uma quarentena. Outros países reforçaram as medidas preventivas. A Rússia ampliou para Espanha e várias províncias do Canadá a proibição de importação de porcos, carne e produtos derivados de porcos. O Egito deu sequência ao sacrifício de porcos criados pelos cristãos coptas, apesar dos violentos confrontos de domingo.

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