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Brasil reforça a prevenção

Medidas para evitar a entrada do vírus H1N1 contarão com R$ 141 milhões. EUA enviam kits de diagnóstico

postado em 05/05/2009 08:18
As ações de prevenção ao vírus influenza H1N1 no Brasil vão ganhar um reforço extra de R$ 141 milhões. Aprovado ontem pelo Grupo Executivo Interministerial (GEI), coordenado pelo Ministério da Saúde, o crédito suplementar deve constar em uma medida provisória a ser editada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nos próximos dias. O dinheiro será utilizado para intensificar as ações em publicidade e instalar as salas de situação nos portos brasileiros. Ontem à tarde, o Gabinete Permanente de Emergências divulgou que o número de casos suspeitos no país saltou de 15 para 25, enquanto o número de pacientes monitorados caiu de 44 para 36. Os descartados pularam de 43 para 60 (leia a matéria nesta página). Ao fim da reunião do GEI ; responsável pelas decisões, capacitação e treinamento dos estados para aplicação de um plano de emergência em caso de uma pandemia da gripe suína ;, Gerson Penna, secretário de Vigilância em Saúde do ministério e coordenador do encontro, disse que o grupo ratificou integralmente todas as ações que vêm sendo tomadas pelo Ministério da Saúde. ;Ratifica também que não há circulação até o momento do vírus influenza H1N1 no território brasileiro;, garantiu, lembrando que nenhum dos pacientes considerados suspeitos está em estado grave e que se todos recuperam bem. Diretor do Departamento de Revitalização e Modernização Portuária da Secretaria Especial de Portos, Antonio Maurício Neto explicou que as salas de situação não serão destinadas ao atendimento de passageiros, mas sim para a troca de informações em tempo real com os órgãos do governo envolvidos no controle da doença. ;Inicialmente, serão implantadas em dez portos. Posteriormente, outros dez terminais serão contemplados;, afirmou. Com o objetivo de padronizar os informes de comunicação e segurança nos voos internacionais que desembarcam no país, o GEI convocou uma nova reunião para amanhã no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, entre os representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), das companhias aéreas e do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. ;Vamos recomendar que todas as aeronaves que entrarem em espaço aéreo brasileiro emitam avisos sonoros sobre os procedimentos a serem adotados em solo, caso haja passageiros com sintomas a bordo, além do uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras;, explicou Penna. Participaram da reunião do GEI representantes da Presidência da República (Casa Civil e Gabinete de Segurança Institucional) e dos ministérios da Saúde, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Integração Nacional, das Relações Exteriores, da Justiça, e da Defesa. Simultaneamente, durante a reunião do grupo, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, participou de uma teleconferência com outros 25 ministros da Saúde do continente americano para um intercâmbio de informações sobre as ações adotadas pelos países para combater a disseminação do influenza H1N1. Às autoridades, incluindo os ministros dos Estados Unidos, México e Colômbia, além da diretora-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Mirta Roses, Temporão compartilhou as medidas implementadas pelo Brasil para conter a doença. O ministério confirmou que, após a alteração dos critérios de definição dos casos no Brasil, a tendência é de um aumento do número dos pacientes suspeitos, em detrimento dos considerados em monitoramento. ;Em virtude da ampliação da fiscalização, é natural que exista esse acréscimo de casos suspeitos em todos os estados;, explicou a assessoria. Teste rápido Aguardados com ansiedade, os kits com os reagentes e amostras para o diagnóstico do vírus influenza H1N1 devem chegar hoje ao Brasil. É o que espera Rubén Figueiroa, gerente da Opas no Brasil. ;A informação é que esse material saiu ontem do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta, nos Estados Unidos, e é esperado para esta terça-feira;, disse. Os kits serão encaminhados aos institutos Adolfo Lutz (SP), Oswaldo Cruz (RJ) e Evandro Chagas (PA). Eles vão permitir um diagnóstico em três dias, no máximo. Hoje, o diagnóstico disponível no país, feito pelo método de exclusão, admite a confirmação da doença no prazo de 10 a 15 dias. Caso o exame seja positivo para um tipo conhecido de vírus influenza, descarta-se a possibilidade de ser o H1N1. ;Caso cheguem amanhã (hoje), os kits não poderão ser utilizados imediatamente, pois serão necessários alguns ajustes.; O influenza H1N1 volta a ser tema de uma teleconferência que será realizada hoje, às 16h, na sede da Opas na capital federal. Previsto para ocorrer ontem, o encontro virtual vai reunir técnicos em saúde de todas as nações das Américas. ;Eles vão trocar informações sobre a doença e, dependendo da propagação do vírus no continente, não está descartada uma reunião com todos os ministros da Saúde da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) aqui em Brasília ainda nesta semana;, comentou Rubén Figueiroa. Ouça trecho da entrevista com Gerson Penna, secretário de Vigilância em Saúde

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