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Entrevista - "País reage bem", diz Marilda Siqueira

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postado em 07/05/2009 08:24
Desde que foram registradas as primeiras mortes pela gripe A no México, a chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz, Marilda Siqueira, acompanha com atenção a evolução do novo vírus. Para a especialista, são injustas as acusações de que a OMS alarmou o planeta sem necessidade. Ela defende ainda que a vigilância e o controle têm que continuar, mas acredita que o Brasil está bem preparado. A reação da OMS ao surto da nova gripe foi exagerada? Em um primeiro momento, diante dos dados que se tinham, não houve exagero. Há 15 dias, quando o mundo se deparou com um novo tipo de influenza e o México relatou cerca de cem mortes, as ações tinham de ser bem enérgicas. O mundo precisava estar alerta. Agora, parece que esse vírus causa uma infecção não tão severa como se pensava. O número de mortes no México foi revisado, e verificou-se que é menor. Qual a real possibilidade de uma segunda onda epidêmica, atingindo o Hemisfério Sul? No passado já ocorreram ondas: o vírus chegou, de uma maneira branda, na primavera do Hemisfério Norte, e voltou de uma forma bem mais severa no inverno. Mas não dá para predizer se isso vai se repetir. No caso do Hemisfério Sul, que está entrando agora no período da influenza normal, é preciso ficar alerta, porque vai haver diferentes tipos de vírus circulando ao mesmo tempo e com possibilidade de se recombinarem. Mas é impossível prever se ele ficará mais forte. O Brasil está preparado para uma possível epidemia? O país está respondendo muito bem. Aquilo que tinha de ser feito está sendo feito. É claro que não temos um sistema de saúde perfeito e não é porque há um vírus circulando que vamos resolver todos os problemas do sistema de saúde do dia para a noite. Mas já vimos pessoas com suspeita da gripe sem o isolamento necessário em hospitais%u2026 O Brasil tem quase 30 mil unidades de saúde pública e treinar esse pessoal todo é muito difícil. É claro que se há um paciente suspeito, ele não pode ficar andando pelo corredor do hospital. Mas nos primeiros casos, isso acontece.

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