postado em 07/05/2009 09:01
PARIS - Nicolas Sarkozy completou nesta quarta-feira (06/05) dois anos como presidente eleito da França vivendo um paradoxo: ao mesmo tempo em que amarga a impopularidade, lidera as pesquisas para a próxima eleição, em 2012. A aparente contradição resume bem a relação de amor e ódio que une o ;hiperpresidente; de direita e os ;sarkofóbicos;, seus compatriotas insatisfeitos.
Em 6 de maio de 2007, Sarkozy manteve no poder a União por um Movimento Popular (UMP), maior partido de direita do país, ao obter 53% dos votos válidos, superando Ségolène Royal, candidata do Partido Socialista (PS). Desde então, um novo estilo tomou o Palácio do Eliseu. Em lugar da aparência de estadista - e muitas vezes figurativa - que os presidentes franceses até Jacques Chirac se esforçavam para demonstrar, Sarkozy, de 54 anos, ;dessacralizou; a função.
Deixou o ar aristocrático de lado, substituindo-o por frases como ;Cai fora, idiota!”, agora associadas à presidência. Além disso, enfraqueceu o primeiro-ministro, François Fillon, arregaçando as mangas e assumindo todos os riscos. O resultado de sua hiperatividade é a saturação. Segundo pesquisa do instituto TNS Sofres, só 28% dos franceses aprovam os dois primeiros anos de seu governo. Outros 63% consideram o balanço negativo.
Quando o assunto é sucessão, os número são favoráveis ao ;hiperpresidente;. Uma sondagem do instituto Ifop indica que Sarkozy teria 28% dos votos em 2012 - 3% a menos do que no primeiro turno em 2007 -, superando seus adversários por oito pontos. Outro dado favorável é que, na mesma época de seus mandatos, François Mitterrand e Chirac apresentavam índices de aprovação de cerca de 25%.