postado em 07/05/2009 16:07
A Casa Branca apresentou nesta quinta-feira seu projeto de orçamento detalhado para o exercício 2010, ano previsto para a recuperação da economia, mas também para o começo da redução do gigantesco déficit público americano.
Ao apresentar o orçamento, o presidente, cujo primeiro mandato será prejudicado em sua totalidade por uma conjuntura econômica desfavorável, insistiu na necessidade de cortar todos os gastos supérfluos.
"Gasta-se muito dinheiro de forma inútil e ineficiente", argumentou.
Como anunciou em fevereiro, a Casa Branca pretende durante o exercício 2010 (que começará em outubro) reduzir o déficit público para 1,2 trilhão de dólares, contra o 1,75 trilhão estimado para o atual exercício (que termina em setembro).
Isso significa que somente dois terços de cada dólar gasto são financiados pelas receitas fiscais. O outro terço provém do endividamento.
Metade dos cortes foram realizados no orçamento da defesa que, no entanto, continua aumentando, num momento em que os Estados Unidos ainda estão presentes no Afeganistão e no Iraque.
Os subsídios concedidos à agricultura e à educação também foram submetidos a cortes drásticos.
Um volume de mais de 1.300 páginas detalha, por administração e por departamento, o destino dos cerca de 3,4 trilhões de dólares de despesas previstas pelo Estado federal para o exercício de 2010.
Estas despesas incluem uma "reserva" de 250 bilhões de dólares colocada à disposição do departamento do Tesouro para intervir no setor financeiro. "A administração trabalhará com o Congresso para determinar o tamanho e a forma adequados dos tais esforços", limitou-se a dizer a Casa Branca.
A maior parte (350 dos 787 bilhões de dólares) do plano de recuperação aprovado em fevereiro pelo Congresso também deve ser utilizada durante o exercício 2010.
As operações militares no exterior vão receber 130 bilhões, e a segurança da fronteira com o México 27 bilhões.
Como prova da vontade de eliminar os gastos supérfluos, o Escritório de Gestão e do Orçamento (OMB) da Casa Branca publicou um documento que listou 121 despesas obsoletas e ineficientes suprimidas ou reduzidas drasticamente.
Os 17 bilhões de dólares economizados desta forma representam "uma boa quantia, até mesmo para os padrões de Washington", considerou Obama.
No entanto, "trata-se de uma soma ínfima, se comparada às centenas de bilhões de dólares que este orçamento agregará à dívida pública", denunciou o líder da oposição republicana no Senado, Mitch McConnell.
O Congresso de maioria democrata aprovou no fim de abril um pré-projeto de orçamento, e deve se pronunciar agora sobre este projeto detalhado.
"Mesmo que o Congresso não concorde com todas as mudanças propostas pelo Executivo, o processo (de auditoria das despesas públicas) e os projetos relacionados a ele são um passo na direção certa e um sinal de disciplina orçamentária", considerou o presidente da comissão orçamentária da Câmara dos Representantes, John Spratt.