postado em 09/05/2009 10:07
TÓQUIO - A gripe A (suína) prosseguiu com o avanço neste sábado (09/05) ao redor do mundo, com a confirmação de três casos no Japão e um na Austrália, o que eleva a 29 o número de países afetados, ao mesmo tempo que os Estados Unidos anunciaram a duplicação do número de enfermos.
Os exames em um professor japonês e dois estudantes que retornaram do Canadá, para confirmar se haviam contraído o vírus da gripe suína, deram resultados positivos, anunciou o governo.
Os três japoneses foram hospitalizados e 49 passageiros que estavam no mesmo voo, procedente da cidade americana de Detroit, foram colocados em quarentena em um hotel próximo ao aeroporto internacional de Narita, região de Tóquio.
O primeiro-ministro Taro Aso declarou que os três casos não podem ser ser considerados um novo foco do vírus da gripe A (H1N1) no Japão, já que foram detectados no desembarque no aeroporto.
O Canadá, para onde viajaram os enfermos, é o terceiro país mais afetado pela gripe suína, com 224 casos confirmados e uma morte anunciada na sexta-feira, apesar da advertência das autoridades de que o papel exato do vírus neste óbito não é claro.
A Austrália também anunciou neste sábado o primeiro caso de gripe suína no país, o de uma mulher que retornou recentemente de uma viagem aos Estados Unidos, passando a ser o 29º país do planeta afetado pela doença.
"Temos uma pessoa que contraiu a enfermidade fora e que se recuperou completamente quando retornou à Austrália", afirmou o ministro da Saúde, Nicola Roxon.
Ao mesmo tempo aumentam os casos autóctones, ou seja, de pessoas que foram infectadas no próprio país e que não viajaram para a América do Norte.
A Itália revelou neste sábado o primeiro caso de contágio de pessoa para pessoa dentro do país: um idoso de 70 anos, avô de um menino de 11 anos que retornou do México e que está internado em Roma. O avô também foi hospitalizado.
Na sexta-feira, o Brasil também confirmou o primeiro caso de contágio dentro do país, o amigo de um paciente internado no Rio de Janeiro que havia retornado do México e que teve contato com o mesmo. O país tem agora seis casos confirmados da doença.
Os Estados Unidos se tornaram na sexta-feira o país mais afetado pela doença, com 1.639 casos, depois que o Centro de Controle de Doenças (CDC) anunciou 743 casos a mais que na quinta-feira.
O país passou assim a ter mais casos confirmados que o México, que até sexta-feira era o país mais afetado, com 1.319 casos e 45 mortes.
O presidente Barack Obama afirmou que o país ainda não está livre do problema da gripe suína.
"Vimos que o vírus não é tão virulento como temíamos a princípio, mas ainda não estamos livres do problema, ainda devemos tomar precauções", declarou o presidente americano.
A ONU condenou na sexta-feira as medidas discriminatórias contra cidadãos mexicanos na China e em outros países para conter a gripe.
"Ninguém deveria ser colocado em quarentena apenas por sua nacionalidade", afirmou o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.
Colville mencionou em particular o caso de mexicanos sem sintomas da gripe, que não estavam no México a semana passada e mesmo assim foram colocados em quarentena em Hong Kong até sexta-feira.